Rússia não fornecerá sistema de mísseis antiaéreos S-300 ao Irã

Moscou diz que entrega do sistema é comprometida pela sanções da ONU aprovadas em junho

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MOSCOU - A Rússia não fornecerá sistemas de mísseis antiaéreos S-300 ao Irã, anunciou nesta quarta-feira, 22, Nikolai Makarov, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas.

 

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"Decidiu-se não fornecer S-300 ao Irã, já que, sem dúvida, a entrega desses mísseis é comprometida pelas sanções" internacionais contra a República Islâmica, assinalou Makarov, citado pelas agências russas.

 

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou recentemente uma resolução punitiva contra o regime iraniano para impedir que o Irã desenvolva mísseis balísticos capazes de transportar armas nucleares.

 

Rússia e Irã assinaram em 2007 um contrato de comercialização de cinco sistemas de defesa antiaérea S-300, avaliado em US$ 800 milhões, mas o Kremlin suspendeu a operação por motivos políticos em meio à nova etapa de relações com os EUA.

 

No entanto, questionado sobre uma possível ruptura do contrato, Makarov respondeu que isso estará sujeito à reação o regime iraniano. "Veremos. Isso depende do comportamento do Irã".

 

Recentemente, o ministro de Defesa iraniano, Ahmad Vahidi, pediu à Rússia que cumpra seus compromissos e entregue ao Irã esses mísseis. "A venda de equipamentos S-300 é um acordo defensivo que não tem nada a ver com as sanções do Conselho de Segurança da ONU, e os russos devem cumprir seus compromissos a este respeito", ressaltou.

 

As autoridades iranianas afirmam que os S-300 não contrariam nenhum acordo internacional sobre venda ou proliferação de armas e advertem que a negativa russa a fornecer os mísseis prejudicará as relações bilaterais.

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Os mísseis S-300 são considerados muito mais potentes que os sistemas antiaéreos Tor-M1 que o Irã comprou da Rússia por quase US$ 1 bilhão em 2005, contrato que Israel descreveu como uma "punhalada nas costas".

 

O Irã deseja proteger com os sistemas antiaéreos russos suas instalações estratégicas - administrativas, industriais e militares - em caso de ataque por parte dos EUA ou de Israel.

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