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Rússia quer centros para enriquecer urânio

Putin diz que pretende criar centros internacionais de enriquecimento de urânio para poder ajudar todos os países à suprirem suas demandas de energia nuclear

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente russo, Vladimir Putin, propôs hoje a criação de centros internacionais de produção e comercialização de combustível nuclear, incluindo o enriquecimento de urânio, sob um severo controle da comunidade internacional. Putin fez o anúncio em São Petersburgo durante uma cúpula da Comunidade Econômica Euro-asiática, que reúne Rússia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão e Tadjiquistão e na qual hoje ingressou o Uzbequistão. O chefe do Kremlin ressaltou que tais centros "deverão funcionar sob o controle da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)" e oferecer seus serviços "de forma indiscriminada" aos países que necessitarem de combustível para suas centrais atômicas, segundo a agência russa Interfax. A iniciativa de Putin aproveita uma proposta da Agência de Energia Atômica russa, a Rosatom, para impedir situações como a atual crise em torno do programa nuclear do Irã. A idéia é garantir combustível nuclear a qualquer país e, ao mesmo tempo, evitar suspeitas sobre seu possível uso militar. No nível bilateral, Moscou já propôs ao Teerã criar em território russo uma joint-venture de enriquecimento de urânio para os reatores nucleares que a Rússia ajuda o Irã a construir, e Putin ampliou esta iniciativa em escala internacional. O líder russo indicou que, no marco da Comunidade Econômica Euro-asiática, "é preciso criar o protótipo de uma infra-estrutura global que garanta a todos os países interessados o acesso eqüitativo à energia atômica em condições para o cumprimento seguro de todas as exigências do regime de não-proliferação nuclear". Putin acrescentou que, para pôr em prática a iniciativa de criar centros internacionais de produção de combustível nuclear, são necessárias "novíssimas tecnologias de construção de reatores atômicos de nova geração e de seus ciclos de combustão". "Esses assuntos só podem ser resolvidos no âmbito de uma ampla cooperação internacional, e nós colocaremos esse entendimento aos países-membros do G8(que reúne os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia), que atualmente presidimos, e a todos os nossos parceiros na questão do uso pacífico da energia atômica", afirmou o chefe de Estado russo.

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