O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse ontem que seu país quer normalizar as relações com o governo britânico. "A Rússia tem interesse que as relações com a Grã-Bretanha voltem ao normal", disse Lavrov, numa visita a Berlim. "Essas relações devem ser baseadas no respeito aos interesses dos dois países." A recusa da Rússia em extraditar o empresário Andrei Lugovoi - suspeito do assassinato do ex-espião russo Alexander Litvinenko, em Londres - desatou uma séria crise diplomática entre os dois países. Na segunda-feira, os britânicos expulsaram de seu território quatro diplomatas russos e, três dias depois, Moscou respondeu com uma medida similar. Lavrov negou que a cooperação antiterror entre os dois países tivesse sido rompida por iniciativa russa e disse que Moscou também está disposto a discutir a sua saída do tratado das Forças Armadas Convencionais na Europa (Face), anunciada pelo presidente Vladimir Putin no domingo. "A (Rússia) não fechou as portas sobre a discussão da Face", afirmou. No entanto, segundo Alexander Shokhin, da União Industrial Russa, as empresas britânicas devem ter mais dificuldade para negociar com as russas.