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Rússia repudia pressão sobre inspetores da ONU

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Igor Ivanov, assumiu uma posição dura contra as ameaças de uso da força de Estados Unidos e Grã-Bretanha no Iraque e disse que os inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU) estão sendo pressionados para encontrar um pretexto para a guerra. "De acordo com as informações que obtivemos, uma forte pressão recai sobre os inspetores de armas para induzi-los a não prosseguirem com suas operações no Iraque, como aconteceu em 1998, ou aparecerem com declarações que justificariam o uso da força", disse Ivanov aos jornalistas. Ele não identificou a origem da pressão, mas fez um pedido, em nome do governo russo, para que a comunidade internacional "ajude os inspetores, em vez de pressioná-los". "Quanto antes recebermos resultados concretos das atividades dos inspetores internacionais, maiores nossas chances de encontrar uma solução pacífica para a situação", disse Ivanov. A Rússia - país com poder de veto no Conselho de Segurança (CS) da ONU - vem declarando sua posição sobre os dois lados da crise. O governo russo quer que Washington amenize sua retórica belicista e que o Iraque coopere plenamente com os inspetores. Nos últimos dias, porém, o pedido de países por uma solução pacífica e as gigantescas manifestações contra a guerra fizeram a Rússia endurecer seu discurso contra as ameaças norte-americanas e britânicas. A chancelaria russa elogiou os debates desta semana sobre o Iraque na ONU, o que "confirma o amplo apoio no mundo às posições da Rússia, com o objetivo de prosseguir com os esforços políticos para uma solução pacífica do problema iraquiano no âmbito do Conselho de Segurança das Nações Unidas". Em entrevista publicada pelo jornal italiano Corriere della Sera, Ivanov alertou que o uso da força contra Bagdá poderia levar países como a Coréia do Norte a se sentirem ameaçados, o que poderia levar ao desenvolvimento de armas de destruição em massa.

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