
17 de setembro de 2013 | 08h21
MOSCOU- Apesar do acordo para desarmar o arsenal químico da Síria, o governo da Rússia resiste a aceitar uma resolução sobre o país que permita uma intervenção armada, como defendem a França e os Estados Unidos. Em reunião em Moscou com o ministro de Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, o chanceler russo, Sergei Lavrov, no entanto, deu a entender que se a Síria não cumprir o acordo sobre armas químicas, isso poderia ser reconsiderado.
"A resolução... não deve recorrer ao Capítulo 7 da Carta da ONU(que prevê o uso de força contra um país-membro) ", disse Lavrov. Segundo ele, isso já foi deixado claro durante as conversações entre EUA e Rússia em Genebra. Na opinião do chanceler russo, a resolução deve controlar a implementação das decisões tomadas pela Organização para a Proibição de Armas Químicas.
"A Rússia falou com clareza sobre a rejeição ao uso da força", acrescentou Lavrov. "Mas se a Síria não cumprir o acordo ou se armas químicas forem usadas novamente o Conselho de Segurança pode ser acionado."
Lavrov e Fabius se reuniram um dia depois de a ONU publicar um relatório que atestou o uso de armas químicas contra civis no subúrbio de Damasco em 21 de agosto. O texto não indicou qual dos lados no conflito utilizou as armas e os dois chanceleres discordaram sobre a autoria do massacre.
"Queremos que os fatos de 21 de agosto sejam investigados de maneira imparcial, objetiva e profissional", afirmou Lavrov. Segundo ele, alguns países ocidentais declararam de maneira inapelável que só o regime poderia ter empregado armas químicas. "É preciso estabelecer a verdade e isso será um teste para o futuro trabalho do Conselho de Segurança da ONU", acrescentou.
O chefe da diplomacia francesa disse que os dados de inteligência obtidos por seu país confirmam que o regime sírio é culpado pelo uso de armas químicas contra a população civil. "Consideramos que o relatório (da ONU) demonstra a responsabilidade do regime de Bashar Assad no ataque químico de 21 de agosto", disse. / AP, REUTERS e EFE
TV Estadão: ONU investigará mais ataques com armas químicas
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.