Rússia vetará esboço de resolução contra a Síria no Conselho de Segurança

Diplomata diz que texto deixa abertura para possível ação militar contra o presidente Bashar Assad

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MOSCOU - Um diplomata da Rússia disse nesta sexta-feira, 27, que seu país não apoiará um novo esboço de uma resolução que circulará no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) prevendo sanções contra a Síria. O motivo, segundo o diplomata, é o fato de o texto não deixar clara a exclusão de uma ação militar contra Damasco.

 

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De acordo com o vice-ministro de Exteriores, Gennady Gatilov, disse à agência ITAR-Tass, o texto, elaborado pelas potências ocidentais e por países árabes, deixa abertura para "medidas adicionais" não especificadas no caso de a Síria não cooperar. "O esboço em seu estado atual é inaceitável para nós", disse o diplomata.

 

O Conselho de Segurança não adotou nenhuma resolução contra a Síria desde o início da revolta contra o governo de Bashar Assad, em março de 2011, devido à oposição apresentada por Rússia e China. Segundo a ONU, mais de 5,4 mil pessoas já morreram devido à repressão das forças de segurança contra as manifestações contra o regime.

 

Gatilov acrescentou que qualquer resolução, para receber o apoio da Rússia, deve ter o foco no lançamento de negociações entre o governo e a oposição e a extensão da missão de observadores da Liga Árabe à Síria.

 

Diplomatas do Ocidente afirmam que a proposta da Rússia não contempla sua demanda de enviar uma forte condenação ao regime da Síria por causa da repressão que tem conduzido. Moscou, por sua vez, alertou que vetaria toda e qualquer ação que não exclua ações militares contra Damasco.

 

Repressão

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Durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, disse que cabe ao presidente Assad ordenar o fim da repressão, o que ele pode fazer quando quiser, emitindo uma ordem de cessar-fogo às suas forças de segurança. De acordo com ela, "são as autoridades que estão matando os civis, então tudo acabaria se uma ordem para que os militares parem os massacres vier de cima".

 

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