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Russo suspeito de terrorismo foi morto por espancamento

Por Agencia Estado
Atualização:

O motorista de um suposto carro-bomba, preso no sábado em Moscou, morreu sete horas após sua detenção por ter sido espancando - e não por causa de uma "insuficiência cardíaca aguda", como se informara anteriormente -, admitiram funcionários russos citados por meio de imprensa do país. Alexandr Pumane, natural de São Petersburgo, foi preso na madrugada de sábado ao volante de um veículo no qual posteriormente foram achados vários explosivos unidos por cabos a uma antena e a uma central de controle remoto. O carro estava na Avenida Kutuzov, via pela qual passam as caravanas oficiais, incluindo a do presidente russo, Vladimir Putin, a caminho do Kremlin. O incidente levou alguns agentes da FSB, a agência de inteligência sucessora da soviética KGB, a especularem que o alvo do possível atentado era o próprio Putin. Segundo a versão oficial inicial, Pumane estava ao volante de um Lada e parecia drogado. Durante o interrogatório, o motorista teria confessado que, em troca de US$ 1.000, havia se comprometido a transportar dois automóveis, o que conduzia e um segundo, que estava estacionado no centro de Moscou, até a Kutuzov. No veículo em que Pumane estava foram encontradas duas minas antitanque MON-500 e 200 gramas de explosivo do tipo TNE. As minas estavam nas bolsas das portas do carro e o explosivo acondicionado no porta-malas. No segundo veículo, que foi aberto por um braço hidráulico, não foram achados explosivos. Segundo as forças de segurança, após a prisão o suspeito foi levado à sede da FSB para interrogatório, mas passou mal. Mais tarde, o detido foi levado para a Clínica de Urgências Sklifasovski de Moscou, onde teria morrido em conseqüência de um ataque cardíaco. A revisão da causa mortis se deu depois que a Procuradoria de Moscou obteve o laudo da autópsia do corpo de Pumane, segundo o qual "a morte se deu por causa de lesões corporais", segundo o novo comunicado oficial. Embora a informação não indique que os agentes policiais sejam suspeitos, o processo aberto pela Procuradoria faz menção aos artigos do Código Penal que se referem a "abuso de poder policial". "A investigação deverá revelar em que circunstâncias o suspeito sofreu as lesões que causaram sua morte", prossegue o comunicado. Uma recente onda de mortíferos ataques terroristas - incluindo a tomada de uma escola em Beslan, na qual morreram 320 reféns - tem aumentado os temores sobre a segurança da Rússia e as críticas aos organismos oficiais.

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