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Ryanair processará Governo por não reduzir segurança em aeroporto

Procedimentos de inspeção mais rigorosos nos aeroportos britânicos foram implementados desde a descoberta de um complô terrorista

Por Agencia Estado
Atualização:

A Ryanair, maior companhia aérea de vôos baratos da Europa, anunciou nesta sexta-feira que vai processar o Governo britânico por não suavizar as estritas normas de segurança introduzidas nos aeroportos do Reino Unido após a descoberta de um complô para derrubar aviões em pleno vôo rumo aos Estados Unidos. A companhia irlandesa vai exigir do Executivo britânico uma indenização de 3 milhões de libras (quase 4,5 milhões de euros) para compensar os atrasos e cancelamentos sofridos como resultado das rigorosas medidas de segurança aeroportuárias. A companhia aérea disse que destinará a indenização que possa ganhar no processo judicial a ações beneficentes, porque "o único motivo desta ação (legal) é derrotar o terrorismo com o retorno da segurança aeroportuária à normalidade", disse o diretor-executivo de Ryanair, Michael O´Leary. Segundo O´Leary, a decisão do Governo de manter medidas de segurança "sem sentido" e ineficazes" "solapa a credibilidade dos aeroportos britânicos e faz o jogo dos terroristas". O representante da companhia também pediu às autoridades britânicas que, caso sejam declarados futuros alertas antiterroristas nos aeroportos, mobilize "a Polícia e o pessoal do Exército necessários para liderar os controles de segurança adicionais". "Como deixamos claro na semana passada, enfrentamos uma grave ameaça de segurança e não comprometeremos a segurança", disse um porta-voz oficial do Ministério de Transporte do Reino Unido. "Não achamos que a Ryanair tenha argumentos legais. As medidas de segurança do setor da aviação são regidas pela Lei de Segurança da Aviação de 1982, que não contempla nenhuma disposição para indenizações", acrescentou o porta-voz. No último dia 18, a companhia irlandesa, a primeira companhia aérea de vôos baratos da Europa, deu ao Executivo um prazo de uma semana, que expirou hoje, para moderar a estrita segurança aeroportuária. O ministro britânico de Comércio e Indústria, Alistair Darling, indicou recentemente que o Executivo tem a intenção de suavizar a rigorosa segurança e negociará em breve com a administração aeroportuária, a BAA, mas não dentro do prazo determinado pela Ryanair. No último dia 10, o Governo impôs estritas normas de segurança nos aeroportos, depois que a Polícia abortou uma suposta conspiração terrorista para explodir, com substâncias líquidas camufladas na bagagem de mão, até dez aviões em pleno vôo entre Reino Unido e Estados Unidos. Os rigorosos controles provocaram o caos nos aeroportos, especialmente nos terminais de Londres, onde foram cancelados mais de mil vôos, causando importantes perdas econômicas às companhias aéreas. Quando o nível de alerta antiterrorista foi reduzido de "crítico" (ataque iminente) para "severo" (ataque altamente provável), o Executivo suavizou a segurança, mas ainda é mais rigorosa que no resto da Europa. Após a suspensão da proibição inicial de levar bagagem de mão, as autoridades só permitem agora a entrada no avião de uma bolsa que não pode superar o tamanho de uma pasta de computador portátil, enquanto são limitados os líquidos que podem ser levados a bordo. Até o momento, 12 pessoas foram acusadas formalmente em relação com a suposta conspiração, enquanto a Polícia interroga atualmente a outros oito suspeitos.

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