
17 de agosto de 2011 | 15h43
BEIRUTE - O ex-primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, pediu nesta quarta-feira, 17, que o grupo xiita Hezbollah entregue quatro dos seus partidários indiciados por um tribunal das Nações Unidas que investiga o assassinato de seu pai, o também ex-premiê Rafik Hariri, morto por um caminhão-bomba em Beirute em 2005.
"Eu espero que o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, tome esta decisão histórica e anuncie a total cooperação com o Tribunal Especial para o Líbano, ao garantir que os acusados pelo assassinato sejam entregues para um julgamento justo", disse Hariri em comunicado publicado logo após o Tribunal Especial para o Líbano, com sede na Holanda, publicar o texto do indiciamento.
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, rejeitou as acusações sobre os integrantes do grupo e afirmou que a ata de acusação se baseia em "informações de Israel", e não em provas diretas. "Esses quatro guerreiros nem se quer merecem ser chamados de acusados, foram vítimas de calúnias", denunciou ele em um vídeo.
De acordo com Nasrallah, a investigação do tribunal da ONU "não foi profissional e nem transparente", porque também é baseado em informações publicadas em jornais na época e em ligações telefônicas "sem valor jurídico". "Não há provas diretas", concluiu.
O assassinato de Rafik Hariri desencadeou uma série de crises políticas e crimes que levaram a conflitos violentos em maio de 2008, reavivando os medos de que a violência sectária poderia se tornar uma nova guerra civil, como a ocorrida entre 1975 e 1990 e arrasou o Líbano.
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