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Saakashvili será eleito com mais de 80% dos votos, diz pesquisa

Por Agencia Estado
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Seis semanas depois da dramática renúncia do presidente Eduard Shevardnadze, a Geórgia elegeu hoje seu sucessor: o reformista Mikhail Saakashvili, advogado de 36 anos, educado nos EUA e líder do movimento que levou à derrocada de Shevardnadze. Embora nenhum resultado oficial tenha sido divulgado até às 16h45 (horário de Brasília), pesquisa de boca-de-urna indica que Saakashvili obteve 85,8% dos votos, numa vitória esmagadora sobre quatro rivais. Um quinto candidato desistiu antes do início da eleição. Na sondagem, feita por uma organização não governamental financiada pelos EUA e Grã-Bretanha, nenhum dos cinco postulantes alcançou 1% dos votos. Antes mesmo de encerrada a votação, Saakashvili proclamou-se vencedor diante de milhares de partidários em Tbilisi. "A Geórgia sobreviverá e se converterá em um país desenvolvido e florescente", afirmou à multidão. Ele agradeceu aos eleitores e anunciou como primeiras ações a celebração das eleições parlamentares, uma reforma constitucional e um pacote de medidas contra a corrupção. Tido como populista pelos adversários, Saakashvili prometeu na campanha dobrar o valor das pensões dos aposentados e reintegrar as regiões separatistas da Abkházia e Ossétia do Sul. Esses territórios se recusaram a participar das eleições. Na região autônoma da Adjária - cujo líder, Aslan Abashidze, está em confronto com o governo central -, o comparecimento foi pequeno. A presidente interina da Geórgia, Nino Burdjanadze, também não esperou o fechamento das urnas para destacar que a vitória de Saakashvili "mostra que o país está preparado para grandes reformas". "Saakashvili merece esta vitória porque é um verdadeiro líder da revolução", disse Burdjanadze, referindo-se às manifestações de centenas de milhares de pessoas que forçaram a renúncia em 23 de novembro do presidente Shevardnadze, acusado de ter fraudado as eleições parlamentares. Quando faltava uma hora para o encerramento, a Comissão Eleitoral estimava o comparecimento de mais de 50% dos eleitores - quórum mínimo exigido pela legislação para validar o pleito. Shevardnadze foi às urnas, dando legitimidade aos que o tiraram do poder. "Votei em Saakasvili. Os demais candidatos eram muito fracos", afirmou o presidente a jornalistas em sua residência. Saakashvili foi ministro da Justiça no governo de Shevardnadze, mas deixou o cargo declarando-se descontente com a desenfreada corrupção no Estado.

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