Sabotadores explodem oleoduto em Homs, no centro da Síria

Damasco e grupos anti-Assad confirmam ato de sabotagem a instalação-chave da indústria petrolífera síria

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Por DAMASCO
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Um oleoduto que corta o território sírio foi alvo ontem de sabotagem com explosivos, segundo opositores e a agência estatal de notícias de Damasco, Sana. O ataque teria ocorrido na periferia da cidade de Homs, no centro da Síria, um dos focos da violenta rebelião contra o ditador Bashar Assad.Imagens mostravam uma cortina de fumaça escura atrás de um conjunto habitacional em um subúrbio da cidade. Ao fundo de uma das fotos, é possível identificar torres de uma refinaria e tanques de armazenamento de óleo. O governo Assad atribuiu o ataque a "terroristas". "Autoridades correram para o local, apagaram o fogo, pararam de bombear o petróleo e ativaram dutos alternativos", noticiou a Sana.O oleoduto liga as zonas produtoras de petróleo do leste da Síria à cidade de Homs. Então, ele segue até Banias, na costa do Mediterrâneo. Sabotadores já teriam tentado, sem sucesso, atacar o lugar em julho, segundo a agência de notícias síria.Grupos de oposição e governos ocidentais estimam que pelo menos 1.500 sírios foram assassinados pelo regime em Homs, cidade de 800 mil habitantes que registrou alguns dos piores confrontos desde o início dos distúrbios, em março. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, grupo opositor com base em Londres, nove pessoas teriam morrido ontem em Homs após tropas de Assad "abrirem fogo a esmo".Sob pressão. Após quase nove meses de crise, vários governos e autoridades da ONU afirmam que a Síria vive uma guerra civil. Segundo as Nações Unidas, pelo menos 4 mil pessoas morreram nos confrontos.Europeus, americanos e a Liga Árabe vêm adotando sanções econômicas contra o governo Assad para pressioná-lo a suspender a repressão e negociar uma solução política com a oposição. Ontem o secretário-geral do bloco árabe, Nabil Elaraby, afirmou que "a bola está no campo de Assad". "Espero que a Síria aceite o quanto antes assinar o protocolo", disse o diplomata, referindo-se ao compromisso negociado pela Liga. "A escolha é deles (dos sírios). Se quiserem acabar com as sanções, terão de assinar o documento." / REUTERS

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