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Saddam convoca parlamento para discutir resolução da ONU

Por Agencia Estado
Atualização:

O Parlamento iraquiano vai se reunir nesta segunda-feira à noite em sessão de emergência para decidir a resposta do país à dura resolução aprovada sexta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU, estabelecendo as condições da volta dos inspetores de armas a Bagdá e alertando sobre "graves conseqüências" se não a cumprir. Pela manhã, os parlamentares farão uma reunião a portas fechadas para debates. O Iraque está sob forte pressão internacional para que aceite a decisão da ONU como meio de evitar uma guerra. Chanceleres de nações árabes reunidos hoje no Cairo elogiaram o texto aprovado e disseram haver disposição "positiva" da parte do governo iraquiano. A ONU deu prazo até sexta-feira para o Iraque aceitar suas determinações e hoje os EUA e a Grã-Bretanha advertiram que, se o presidente Saddam Hussein não respeitar a resolução nº 1.441, lançarão uma guerra ao país. O documento, aprovado por unanimidade pelos 15 membros do conselho, entre os quais uma nação árabe, a Síria, não ameaça com o uso da força. Mas fixa prazos rígidos para a verificação do suposto programa de armas de extermínio, amplia os poderes dos inspetores e prevê a convocação urgente do Conselho de Segurança para decidir as medidas a tomar se o compromisso de desarmamento não estiver sendo cumprido. Saddam será obrigado a permitir a verificação de qualquer lugar, incluindo seus palácios. O anúncio sobre a convocação do Parlamento por Saddam, transmitido pela Al-Shahab TV, de propriedade do filho mais velho dele, Uday, deixou entrever que a resposta oficial iraquiana à ONU não será imediata. A emissora informou que a decisão parlamentar será enviada ao Conselho do Comando Revolucionário, principal órgão executivo nacional, presidido por Saddam. No Cairo, após a reunião dos chanceleres dos países da Liga Árabe, o representante egípcio, Ahmed Maher, mostrou-se otimista. "As indicações são positivas e há um sentimento geral durante este encontro de que a cooperação do Iraque com os inspetores será instrumental para evitar qualquer operação militar", disse. Maher negou que os ministros da Liga tenham feito um chamamento ao Iraque para que aceite a resolução. "A tendência iraquiana é positiva em geral. Essa é a razão pela qual não havia motivo para tal exortação", afirmou. A Liga Árabe mostrou ontem sua satisfação pelo fato de "a resolução não oferecer base para o recurso à força". Os inspetores da ONU estão programando sua ida a Bagdá no próximo dia 18 para organizar sistemas de comunicação, transporte e laboratórios. A equipe retirou-se do Iraque em 1998 por causa dos obstáculos impostos pelo governo iraquiano ao seu trabalho.

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