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Saddam deve ser reeleito por mais sete anos

Por Agencia Estado
Atualização:

Saddam Hussein, mais uma vez fustigado pelos Estados Unidos, estava para ser reeleito nesta terça-feira para mais sete anos no governo, em referendo para o qual foram convocados os iraquianos. Em muitos casos, os eleitores deixaram uma marca do próprio sangue nas fichas de votação para expressar seu apoio ao líder que governa o país desde 1979. Com o nome de "dia da grande mobolização" e exaltada como uma data histórica pela imprensa local "por ser vontade democrática do povo iraquiano diante das ameaças dos Estados Unidos", a jornada eleitoral aconteceu com tranqüilidade e nacionalismo. A presença às urnas foi quase total, já que as autoridades eleitorais informaram que votaram quase 100% dos 11,5 milhões eleitores habilitados. As autoridades organizaram visitas guiadas para a imprensa estrangeira a vários pontos de Bagdá e arredores. Nas ruas, crianças e jovens eram vistos com as bandeiras iraquianas e fotos de Saddam Hussein. As aulas nas escolas foram suspensas. Em um dos centros de votação, uma mulher gritou de repente: "Este voto é para os inimigos do Iraque, os EUA e os sionistas." Um grupo de mulheres da zona norte de Bagdá marcou o "sim" na ficha eleitoral com uma amostra do próprio sangue, depois de furar o próprio dedo com uma agulha. Saddam Hussein não terá dificuldades para conseguir se reeleger. Os resultados finais serão conhecidos amanhã de manhã (horário local). Em Londres, o maior movimento de oposição a Saddam qualificou de "totalmente ilegítimo" o resultado da consulta popular. "É uma votação manipulada, muitos foram votar por medo", afirmou o presidente do Congresso Nacional Iraquiano (CNI), Sharif Ali al Hussein. A Casa Branca subestimou o referendo e o secretário de imprensa, Ari Fleischer, disse que "obviamente não é um dia muito sério, nem uma votação muito séria e não há nada que lhe dê alguma credibilidade".

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