Saddam diz que EUA querem controlar petróleo do Oriente Médio

E o ministro de Relações Exteriores da Rússia diz que eventual ataque ao Iraque desestabilizaria a região

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Saddam Hussein apresentou hoje sua explicação para a insistência dos Estados Unidos em retirá-lo do poder - porque o Iraque está impedindo Washington de controlar o petróleo do Oriente Médio. "A América pensa que tem de controlar o mundo", teria dito ele a um enviado da Bielo-Rússia. "A América pensa que, se controlar o petróleo do Oriente Médio, então ela irá controlar o mundo", disse Saddam, segundo a oficial Agência de Notícias Iraquiana. Os Estados Unidos, segundo Saddam, perceberam que não daria certo tentar controlar o mundo por meios militares, então decidiram controlar o petróleo do Oriente Médio que, disse ele, representa 65% das reservas mundiais. "Destruindo o Iraque, a América pensa que poderá controlar o petróleo do Oriente Médio e impor o preço que quiser a clientes como França, China, Japão e outros países do mundo", raciocinou Saddam. E uma das razões para a continuidade das sanções impostas pela ONU ao Iraque desde sua invasão do Kuwait em 1990, continuou, é "evitar que países da antiga União Soviética cooperem economicamente com o Iraque". Saddam afirmou que, ao controlar o petróleo mundial e seus preços, os Estados Unidos teriam meios para determinar o crescimento da economia global. "A Europa percebeu ultimamente esse fato, portanto, sua posição de apoio ao Iraque não é baseada em questões humanitárias ou legais mas, sim, em autodefesa de seu futuro, independência e liberdade de interesses", explicou Saddam. "A batalha do Iraque não é mais nacional, é pela humanidade..." Ação contra o Iraque desestabilizaria a região, diz Rússia Em Moscou, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Igor Ivanov, afirmou que uma ação militar dos EUA contra o Iraque desestabilizaria a região do Golfo Pérsico e o Oriente Médio, informa a agência russa Interfax. "Qualquer medida de força contra o Iraque não apenas complicaria o controle da crise referente ao Iraque ainda mais, como também faria piorar a situação no Golfo Pérsico e no Oriente Médio", disse Ivanov depois de reunir-se em Moscou com o ministro das Relações Exteriores do Iraque, Naji Sabri. As informações são da Associated Press, citada pela Dow Jones.

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