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Saddam espera guerra, mas quer cooperar, dizem visitantes

Por Agencia Estado
Atualização:

Saddam Hussein, aparentemente tranqüilo, prometeu ajudar os inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU) de todas as formas que puder, mas não crê que exista algo a seu alcance para evitar a deflagração de uma guerra, disse ele a dignitários estrangeiros no domingo. Enquanto Estados Unidos e Grã-Bretanha finalizavam uma resolução para declarar o Iraque em violação de suas promessas de se desarmar, um alto funcionário do governo iraquiano dizia que "os canais estão abertos", com relação a uma ordem da ONU para iniciar, nesta semana, a destruição dos mísseis Al-Samoud 2. Um funcionário da ONU dizia esperar que o Iraque cooperasse, mas garantiu não haver nenhum ponto a negociar. Hoje emergiram os detalhes sobre uma reunião realizada ontem entre o presidente iraquiano e dois dignitários estrangeiros: o enviado especial russo Yevgeny Primakov, ex-chanceler soviético e ex-primeiro-ministro russo; e Ramsey Clark, ex-secretário de Justiça dos Estados Unidos e uma figura proeminente do movimento mundial contra a guerra. Saddam disse a Primakov que cooperaria plenamente com os inspetores da ONU encarregados de verificar se o Iraque livrou-se de todas as suas armas de destruição em massa, informou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, por meio de um comunicado. "Saddam Hussein disse que não haveria impedimento ao trabalho dos inspetores", dizia o documento. Clark, que achou Saddam Hussein bastante tranqüilo e relaxado, deixou o encontro com uma impressão similar. Ele disse pensar que Saddam "fará tudo o que estiver a seu alcance para proteger e honrar a soberania de seu país e evitar a guerra". Porém, Clark disse ainda que o presidente iraquiano está convencido de que nada que ele venha a fazer evitará que Estados Unidos e Grã-Bretanha ataquem o Iraque, porque o presidente George W. Bush já tomou sua decisão. Em Washington, o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, disse que a destruição dos mísseis Al-Samoud 2, cujo alcance supera em alguns quilômetros o limite permitido pela ONU, não satisfará Bush. O governo norte-americano alega que ainda há estoques de gás Sarin e do agente nervoso VX desaparecidos no Iraque.

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