Saddam pede para ser executado a tiros caso seja condenado à morte

O ex-ditador e sete de seus ex-colaboradores são julgados em relação com a execução de 148 xiitas iraquianos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente iraquiano Saddam Hussein pediu nesta quarta-feira para ser executado a tiros e não enforcado se for condenado à morte pelo Tribunal Penal Supremo que o julga junto a sete de seus antigos colaboradores por crimes contra a humanidade. Saddam fez este pedido ao presidente da corte, o juiz curdo Raouf Abdel-Rahman, durante a audiência desta quarta-feira do julgamento, a primeira à qual assiste desde que iniciou uma greve de fome após o assassinato de um de seus advogados. "Peça a você como um iraquiano que, caso dite uma sentença de morte contra Saddam Hussein, que se dê conta que Saddam é um homem militar e que a execução deve ser realizada com disparos e não na forca, como qualquer criminoso", disse o ex-ditador, dirigindo-se ao juiz. Saddam, de 69 anos, assegurou ao entrar nesta quarta na sala da corte que o tinham obrigado a assistir à nova audiência do julgamento, algo que, afirmou, seu estado de saúde não permite. O ex-presidente iraquiano se declarou em greve de fome no dia 7 de julho, duas semanas após o seqüestro e assassinato de Khamis el Obaidi, o número dois da equipe de defesa, em Bagdá. Na audiência anterior, realizada na segunda-feira, Saddam não compareceu perante o tribunal por ter sido hospitalizado devido à deterioração de seu estado de saúde. O ex-ditador e sete de seus ex-colaboradores são julgados em relação com a execução de 148 xiitas iraquianos após um julgamento sumário realizado depois de uma suposta tentativa de assassinato do ex-presidente em 1982. Os advogados dos oito acusados estão boicotando as audiências do processo, iniciado em 19 de outubro, em protesto pelo que qualificam como falta de proteção da equipe de defesa e de suas famílias. Na audiência desta quarta, a 39º desde o início do julgamento, Saddam rejeitou a defesa do advogado designado pelo tribunal. O juiz acusou novamente os advogados dos oito acusados de tentar ganhar tempo, e insistiu em que não suspenderá a audiência.

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