Saddam pode permitir inspeção em seus palácios

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Por Agencia Estado
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O Iraque está disposto a abrir os palácios do presidente Saddam Hussein aos inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU), mas não quer que os subordinados do especialista sueco Hans Blix levem escolta. A informação foi divulgada pelo representante permanente do Iraque na ONU, Mohammed Alduri, em entrevista à rede de tevê norte-americana ABC. Do ponto de vista do embaixador, o tema das inspeções nos palácios presidenciais não representa um problema grave, mas é desnecessário que os inspetores sejam protegidos por guardas armados. Alduri acrescentou que o objetivo iraquiano é alcançar "muito rapidamente" relações normais com os Estados Unidos, mas avisou que seu país está pronto para se defender na eventualidade de um ataque norte-americano. Porta-vozes iraquianos comentaram que o país está pronto para responder a ações militares dos Estados Unidos e infligirá a seus agressores uma lição sem precedentes. "Não somos belicistas, não queremos a guerra e esperamos que ela não aconteça", disse a jornalistas o presidente do Conselho do Comando Revolucionário do Iraque, Izzat Ibrahim. "Mas se a guerra nos for imposta, lutaremos, se Deus quiser, uma grande batalha em defesa de nossos princípios e valores", explicou. Em sua edição deste domingo, o jornal norte-americano The Washington Post antecipou a postura das autoridades iraquianas de permitir inspeções nos palácios de Saddam Hussein. "A ameaça iminente levará o Iraque a agir, a fim de dar a impressão de estar assumindo a iniciativa e não estar sendo forçado pela ONU a fazer isso", disse ao jornal um funcionário familiarizado com o assunto. Os palácios presidenciais são oito complexos de 1.058 edifícios que ocupam uma superfície de 31,5 quilômetros quadrados, segundo mapas desenhados por uma comissão de cartógrafos em 1998 a pedido da ONU. Ainda em Washington, na véspera de um apelo público a ser feito pelo presidente dos EUA, George W. Bush, por uma resolução contra Saddam Hussein, o líder da maioria democrata no Senado norte-americano, Tom Daschle, afirmou neste domingo que o Congresso deverá dar aprovação esmagadora a uma resolução para concessão de poderes de guerra. Daschle aproveitou ainda para manifestar sua perplexidade com a possibilidade de uma nova guerra e voltou a acusar Bush de forçar o conflito para ocultar os problemas econômicos atravessados atualmente pelos Estados Unidos. Em Tel Aviv, o governo israelense informou que espera ser avisado com 72 horas de antecedência sobre um ataque norte-americano ao Iraque. Em Londres, o secretário de Exterior da Grã-Bretanha, Jack Straw, garantiu que entre seu governo e o dos Estados Unidos não há nenhum tipo de discordância com relação ao objetivo de uma ação militar contra Bagdá. "O desarmamento, o desmantelamento das armas de destruição em massa de Saddam", garantiu.

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