Saída de Teerã de negociações sírias é criticada

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A Rússia e o Irã criticaram a decisão do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, de retirar o convite para que Teerã participasse da conferência de paz para a Síria. Delegados começavam a chegar nesta terça-feira à Suíça para as aguardadas conversações com o objetivo de encerrar a guerra civil síria. Um convite de última hora feito pela ONU para que o Irã participasse da chamada conferência de Genebra colocou em risco a realização da reunião, o que forçou Ban a retirar sua oferta na noite de segunda-feira, sob intensa pressão norte-americana, depois de a oposição síria ter ameaçado boicotar o encontro. Depois de Ban ter retirado o convite, o grupo opositor Coalizão Nacional Síria disse que participaria da conferência para negociar o fim do conflito, que está em seu terceiro ano, deixou mais de 130 mil mortos e milhões de desalojados. Segundo a oposição, o encontro vai buscar o estabelecimento de um governo de transição com poderes executivos "do qual assassinos e criminosos não participarão". As negociações devem ser iniciadas na quarta-feira na cidade de Montreux com a participação de delegações de alto escalão dos Estados Unidos, Rússia e de cerca de outros 40 países. Negociações diretas entre o governo sírio e seus opositores, as primeiras desde o início do conflito, devem começar na sexta-feira em Genebra. Mas as expectativas de um avanço durante a conferência são baixas. As linhas de frente estão praticamente paradas desde março e, apesar do enorme sofrimento e das perdas, nem o governo nem a oposição parece desesperado o suficiente para ceder, a partir de uma posição consolidada. Também não está claro como a opositora Coalizão, grupo fraco e fragmentado que reúne vários grupos, mas quase nenhuma influência sobre os poderosos grupos rebeldes sírios, poderia implementar qualquer acordo alcançado em Genebra. Em Moscou, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que a decisão de Ban de rescindir o convite ao Irã foi um erro, mas que o Kremlin vai tentar fazer com que as negociações em Genebra funcionem. "Não é uma catástrofe. Vamos avançar no diálogo entre os lados sírios em precondições", disse ele aos jornalistas nesta terça-feira. Por outro lado, o principal diplomata da Rússia disse que a decisão "não ajudou a fortalecer a autoridade da ONU". Lavrov reafirmou a opinião da Rússia de que a presença do Irã é essencial para o sucesso das negociações e disse que a ausência de Teerã "não vai ajudar a fortalecer a unidade dos muçulmanos do mundo".Em Teerã, o ministro de Relações Exteriores criticou a reviravolta de Ban. "Do nosso ponto de vista, a retiradas (do convite) é deplorável", disse o porta-voz do Ministério Marzieh Afkham, acrescentando que o secretário-geral só tomou a medida sob intensa pressão. Fonte: Associated Press.

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