Saída para crise afasta OEA e fortalece Unasul

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Por João Paulo Charleaux
Atualização:

O fim da crise entre Colômbia e Venezuela não mexerá só com a agenda bilateral. Para alguns analistas, ela é vista como parte de um rearranjo de forças entre dois organismos que disputam prestígio e influência na América do Sul. De um lado, ganha espaço a jovem União das Nações Sul-Americanas (Unasul), de outro, a centenária Organização dos Estados Americanos (OEA) perde influência. E, com ela, os EUA.Até o encontro de ontem, em Santa Marta, a Colômbia considerava a Unasul "um foro antiamericano e anticolombiano", diz Andrés Mejía, analista do Instituto de Ciência Política, de Bogotá. Essa percepção foi motivada pelo tratamento inamistoso que o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe recebeu da Unasul até agosto do ano passado, quando a organização criticou duramente um acordo militar entre Washington e Bogotá."Santos parece ter superado essa desconfiança e aceitado melhor a mediação da Unasul", diz Mejía. "Um organismo só crescerá na região se o outro diminuir. Há um processo acentuado de descrédito da OEA e, com isso, a Unasul tentará cada vez mais atrair estes conflitos para sua esfera da influência."

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