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SalamWeb, navegador com base na lei islâmica, tenta revolucionar a internet

Aplicativo criado com a mesma tecnologia do Google Chrome quer fornecer uma experiência online mais segura, privada e eticamente sensível aos internautas, filtrando conteúdo prejudicial e alertando para sites considerados inadequados

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Por Redação
Atualização:

KUALA LUMPUR - Com um relógio que marca o horário das orações e uma bússola que aponta para Meca, o SalamWeb é o primeiro navegador de web criado com base na lei islâmica (sharia) e pretende promover uma revolução na internet, principalmente para os muçulmanos.

"A Geração M, de jovens muçulmanos com fortes crenças na sua fé e habilidades tecnológicas, está em busca de soluções mais práticas para as suas necessidades", afirmou a diretora-geral da SalamWeb Technologies, Puan Hajjah Hasni Zarina Mohamed Khan, em uma conversa por e-mail.

Site do SalamWeb, primeiro navegador criado com base na lei islâmica, a sharia Foto: salamweb.com

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A empresa, com sede em Kuala Lumpur, na Malásia, enxerga uma enorme oportunidade de crescimento entre os 1,8 bilhão de praticantes do Islã no mundo, aproximadamente 24% da população mundial, além de "potencial para que a tecnologia seja um facilitador na vida de cada muçulmano". 

O navegador para celulares e computadores, lançado no começo do ano, tem uma interface simples na qual o usuário pode acrescentar extensões, todas de acordo com a lei islâmica.

"Foram desenvolvidos padrões específicos para o SalamWeb em consonância com os princípios da sharia", disse a diretora, lembrando que o certificado foi aprovado pelo Conselho Fiscal da Sharia, um grupo formado por eruditos da Arábia Saudita, do Kuwait, do Catar e da Malásia.

Para respeitar estes fundamentos, o programa oferece a possibilidade de filtrar as buscas e permite aos usuários classificar os portais como: apropriados, neutros ou inadequados.

Hajjah Hasni Zarina, diretora do SalamWeb, diz que objetivo do navegador - que respeita a lei islâmica - é melhorar a vida dos muçulmanos Foto: EFE

"O SalamWeb foi fundado com o objetivo de proporcionar uma experiência online mais segura, privada e eticamente sensível. Isto significa que o conteúdo prejudicial é filtrado e as visitas a sites pornográficos ou inadequados, por exemplo, são advertidas com um alerta prévio de conteúdo danoso", explicou Puan Hajjah.

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Antes de acessar um portal "inadequado", na tela aparece uma mensagem vermelha de advertência para o usuário e as opções: continuar navegando no portal não recomendado ou voltar ao início. Um dos compromissos do navegador, de acordo com os criadores, é combater as notícias falsas através de meios de comunicação confiáveis e com informações personalizadas sobre o que acontece no mundo.

"A tecnologia está em constante mudança e o mundo atual é novo, com desafios e oportunidades desconhecidas", apontou ela.

Com o objetivo de cumprir com o Zakat - o terceiro dos cinco pilares do islã e que diz respeito à responsabilidade social que o muçulmano deve ter com o semelhante -, o navegador tem uma aplicação extra, a SalamSadaqah. A cada busca realizada através do SalamWeb ou relatório de conteúdo feito, a empresa igualará a ação doando um valor a causas beneficentes.

Veja abaixo um vídeo institucional sobre os recursos do SalamWeb:

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"A maioria de nós navega diariamente na internet sem pensar como podemos usar esta incrível ferramenta para criar uma experiência maior e mais caridosa", disse Puan Hajjah, que quer empoderar a comunidade global.

O usuário também pode fazer doações diretas a causas como construções de escolas, mesquitas ou casas para muçulmanos, além de apoiar famílias para custear o pagamento de cirurgias.

O navegador, desenvolvido desde 2016 sob o código aberto Chromium, o mesmo usado no Google Chrome, e ao qual é possível acrescentar um programa de mensagens, está disponível em inglês, malaio, indonésio, árabe, búlgaro e bengali. "Embora seja regido pelos princípios islâmicos, qualquer pessoa, sem distinção de idade ou credo pode utilizá-lo", garante a diretora da empresa.

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"Os benefícios podem ser colhidos por famílias, pais e educadores que estão preocupados com o acesso dos seus filhos à pornografia, o conteúdo desagradável ou aqueles que buscam uma experiência mais segura, privada e ética na internet", resumiu Puan Hajjah. / EFE

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