Santos confirma desarmamento completo das Farc e diz que guerrilha acabou

Hoje, as Farc, a guerrilha mais antiga e mais poderosa da América Latina, deixarão de existir, afirma o presidente colombiano

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Por Redação
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PARIS - O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, afirmou em Paris que a ONU anunciará nesta sexta-feira que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) entregaram "100% de suas armas". Com isso, o grupo deixará de existir como guerrilha após mais de meio século de conflito armado no país.

"Hoje, as Farc, a guerrilha mais antiga e mais poderosa da América Latina, deixarão de existir", afirmou o presidente em um fórum econômico com líderes empresariais em Paris. "Essa notícia muda a história da Colômbia".

Prazo terminaria esta semana, mas governo decidiu estender por dois meses a data final de entrega das armas Foto: Juan David Tena/Presidência da Colômbia/EFE

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O prêmio Nobel da Paz de 2016, que busca promover seu país para o período pós-conflito, convidou os empresários franceses a investir na Colômbia, garantindo que seu país se tornará um dos países mais promissores da América Latina.

Desde terça-feira, a guerrilha marxista entregou os restantes 40% de suas armas para a missão da ONU na Colômbia, como parte do processo de paz alcançado no ano passado com o governo de Juan Manuel Santos. Os outros 60% foram entregues nas últimas duas semanas.

As Farc têm mais de 900 esconderijos de armas que devem ser destruídos pela ONU o mais tardar em 1º de setembro, de acordo com o acordo de paz assinado em novembro, em Cuba.

"Hoje, mais de 7 mil homens e mulheres desta guerrilha estão concentrados em 26 zonas ao longo de nosso território, entregando as armas que tinham consigo às Nações Unidas", explicou Santos.

O presidente reconheceu que seu país enfrenta ainda desafios, entre outros o de garantir uma justiça de transição para as vítimas, tirar as minas de zonas de conflito, e reincorporar os ex-guerrilheiros à vida civil, incluindo a participação na política, uma vez concluído o desarmamento.

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Admitiu, no entanto, que uma parte dos colombianos não aceita outra saída que a prisão ou o extermínio para os ex-guerrilheiros, mas defendeu que a paz é trocar as balas pelos votos e as armas pelos argumentos. 

O conflito armado envolveu guerrilheiros, paramilitares e agentes do Estado, deixando pelo menos 260.000 mortos, 60.000 desaparecidos e 7,1 milhões de deslocados. / AFP