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Santos é reeleito presidente da Colômbia

Presidente vence segundo turno das eleições presidenciais

Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

BOGOTÁ - Por uma estreita margem, de cerca de 900 mil votos, o presidente colombiano Juan Manuel Santos foi reeleito neste domingo, 15, para mais quatro anos de mandato. A vitória foi um claro apoio à negociação de paz conduzida por seu governo com as guerrilhas. O comparecimento às urnas foi maior do que no primeiro turno. Ainda assim, mais da metade dos eleitores colombianos (53,5%) não votou.

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Com todos os votos apurados, Santos venceu com 7,8 milhões de votos. Seu rival, Óscar Iván Zuluaga, afilhado político do ex-presidente Álvaro Uribe, que defendia a suspensão do processo de paz, obteve 6,9 milhões. A campanha foi marcada por denúncias e acusações recíprocas e por propagandas agressivas no rádio e na TV.

Analistas foram unânimes em apontar o baixo nível como principal razão da abstenção alta – no primeiro turno, 61% dos eleitores não votaram. A disputa entre Santos e Zuluaga também orientou-se para uma elevada polarização sobre os 50 anos de conflito contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), guerrilhas ligadas ao narcotráfico e a sequestros e extorsões.

Na última semana de campanha, Santos conseguiu dois avanços fundamentais nas negociações de paz. Primeiro, a decisão das Farc de reconhecer suas vítimas. Depois, a adesão do ELN ao diálogo. Ele recebeu apoio de organizações de direitos humanos, ambientalistas e indígenas, além dos candidatos de esquerda derrotados no primeiro turno. Zuluaga insistiu na punição aos guerrilheiros e no uso da força para derrotar as Farc. Na reta final da campanha, ele cancelou debates e eventos públicos em razão de uma laringite, enquanto Santos aproveitou para ampliar sua exposição.

“Do fundo do meu coração, agradeço aos 7 milhões de colombianos que me permitiram ser seu candidato. Por convicção democrática, devo felicitar o presidente Santos por seu triunfo”, declarou Zuluaga, ao reconhecer a derrota.

A votação transcorreu com tranquilidade em todo o país das 8h às 16h do domingo. Candidato do partido da Unidade Nacional, Santos votou pela manhã na Praça Bolívar, centro de Bogotá. Em seguida, ele assistiu a uma missa e visitou o túmulo de seu pai. Zuluaga, do partido Centro Democrático, votou com a família em uma escola do bairro Country, da capital colombiana, cercado por 25 agentes de segurança. 

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Logo após votar, o ex-presidente Álvaro Uribe, que jogou todo o seu capital político na candidatura de Zuluaga, denunciou que guerrilheiros da Farc estariam ameaçando matar eleitores do opositor. “Armados com fuzis, eles (os guerrilheiros) obrigam as pessoas a votar no presidente Santos sem que elas pronunciem uma só palavra”, garantiu o ex-presidente. A denúncia, porém, não foi comprovada.

Os votos foram assinalados em papel com caneta azul de rápida secagem e depositados nas urnas. No entanto, a apuração de cada cédula ocorreu por meio de dados biométricos. A eleição foi monitorada por 74 observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA). Ao ser encerrada a votação, os próprios mesários começaram a contar os votos das urnas que haviam monitorado e entregaram o resultado à Registradoria Nacional, órgão com incumbência equivalente no Brasil à do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

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