Sarkozy anuncia plano para ajudar bairros pobres

Presidente francês busca acabar com distúrbios

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Por Ap e Reuters
Atualização:

O presidente Nicolas Sarkozy prometeu ontem transformar a dividida França em uma terra com direitos iguais para todos com um plano para tornar os bairros que abrigam imigrantes em novas áreas de oportunidade. O plano de Sarkozy para regenerar os bairros pobres é uma resposta às semanas de violência no final de 2005, protogonizadas principalmente por jovens de origem estrangeira, e aos distúrbios que ocorrem esporadicamente. No entanto, o tão esperado projeto ficou aquém do "Plano Marshall" que Sarkozy prometeu quando concorreu à presidência e nenhum orçamento foi anunciado. "Como todos sabemos, existem bairros na França onde há mais dificuldade do que em outros lugares para se obter sucesso, realizar as ambições e os sonhos", disse Sarkozy a mais de mil pessoas, entre elas funcionários do governo e moradores dos bairros que ele prometeu melhorar as condições de vida. "Há bairros em nosso país, em nossa democracia, onde as pessoas têm menos direitos, menos chances do que em outros." Sarkozy prometeu enviar mais 4 mil policiais para levar adiante "uma guerra sem quartel" contra as gangues e os traficantes de droga nos subúrbios pobres da França. "Podemos pôr fim às leis das gangues, ao silêncio e ao narcotráfico", disse o presidente. Sarkozy prometeu 500 milhões para melhorar as conexões de transporte com as áreas mais pobres e isoladas. Também prometeu mais oportunidades de emprego e contratos especiais de aprendizagem para ajudar os jovens a encontrar trabalho, além de planos para enviar crianças a colégios de diferentes áreas para garantir a "mistura social". Sarkozy anunciou seu plano a um mês das eleições municipais (9 e 16 de março). Sua popularidade caiu no início do mês sete pontos porcentuais (está em 46%) e seu partido teme uma influência nas urnas. O presidente francês, que foi um duro ministro do Interior na época dos distúrbios de 2005, disse que o Estado não pode ajudar os que vivem na pobreza se eles não estão dispostos a ajudar a si mesmos. "Aos que não querem nada, o Estado não fará nada por eles."

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