21 de abril de 2010 | 19h19
A decisão de buscar uma proibição total, e não limitada, pegou os analistas políticos de surpresa. Caso o projeto de lei vá adiante, a França se colocaria na mesma posição de países como a Bélgica, que se mobiliza para proibir totalmente o uso do véu por considerar que a cultura islâmica estaria em conflito com "valores europeus".
Sarkozy já declarou em diversas ocasiões que considera os véus islâmicos um mecanismo de opressão à mulher e que seu uso "não é bem-vindo" na França. Luc Chatel, porta-voz do governo francês, disse hoje, depois da reunião semanal de gabinete, que o presidente decidiu seguir adiante com a ideia de apresentar em maio um projeto de lei ao Parlamento com o objetivo de banir totalmente o uso da burca e de outros véus similares em público.
"Isto é um transgressão, ou até mesmo uma agressão, no que concerne à liberdade do indivíduo", denunciou Abdellatif Lemsibak, integrante da Federação Nacional de Muçulmanos da França. "Os muçulmanos têm o direito a uma manifestação ortodoxa de sua religião. Estou chocado", prosseguiu.
A França é um país secular que abriga a maior população islâmica da Europa, estimada atualmente em cerca de 5 milhões. As autoridades locais consideram o véu incoerente com a igualdade entre os gêneros ao mesmo tempo em que temem a disseminação de uma forma radical do Islã dentro de suas fronteiras.
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