A apenas sete dias das eleições ao Palácio do Eliseu, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, vem usando o medo da crise econômica para tentar se manter no poder. Diante da perspectiva de vitória de François Hollande, ele passou a alertar que a França sofrerá ataques especulativos nos mercados financeiros e a Europa vai naufragar com a implosão da zona do euro se o candidato do Partido Socialista (PS) vencer.O objetivo dos coordenadores de campanha de Sarkozy, em dificuldades na disputa pela reeleição, é posicioná-lo como o único candidato capaz de proteger a quinta maior economia do mundo da crise. A estratégia fracassou, causou controvérsia internacional e provocou o efeito contrário. Todas as últimas pesquisas eleitorais confirmam que Hollande não só deve vencer a eleição no segundo turno, em três semanas, mas agora pode sair vencedor também na primeira etapa da votação, no domingo. A estratégia de explorar o medo da crise foi usada nos últimos dias pelo próprio Sarkozy e também pelos dois principais nomes de seu governo, o primeiro-ministro François Fillon e o ministro das Relações Exteriores Alain Juppé. "Uma vitória de Hollande colocaria a França de joelhos", disse o presidente-candidato, disparando contra seu ex-colega José Luis Zapatero, ex-primeiro-ministro socialista da Espanha que enfrentou a maior parte da crise econômica, antes de ceder o poder em dezembro. "Hollande conhece bem essa situação, já que o único chefe de governo a quem ele visitou foi Zapatero, que conduziu a Espanha durante sete anos."Durante a semana, a reação à ao terror de Sarkozy monopolizou a campanha eleitoral. O presidente recebeu críticas de todos os demais partidos, de analistas políticos e até dos mercados financeiros.