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Sauditas decidem ceder bases aos EUA na guerra contra o Iraque

Por Agencia Estado
Atualização:

A Arábia Saudita cederá suas bases militares para um ataque ao Iraque se o Conselho de Segurança da ONU aprovar a medida de força contra o regime de Saddam Hussein, acusado pelos Estados Unidos de fabricar e estocar armas de destruição em massa, informou hoje o chanceler saudita, príncipe Saud al-Faisal. Ele justificou a mudança de posição de seu país - a Arábia Saudita havia deixado claro que não colaboraria com os EUA no caso de uma intervenção militar no Iraque -, afirmando que o panorama sofreu uma alteração radical quando o presidente George W. Bush decidiu levar a questão à ONU. "A Arábia Saudita é um dos membros da ONU e, como tal, deve acatar o que o Conselho de Segurança determinar", admitiu em entrevista à CNN e ao diário árabe Al-Hayat (editado em Londres). "Se o Iraque sustenta que não possui armas de destruição em massa, por que não aceita o regresso dos inspetores para esclarecer o assunto?", indagou o chefe da diplomacia saudita. O chanceler iraquiano, Naji Sabri, reiterou a posição de seu país: "Os inspetores da ONU só serão readmitidos em território iraquiano quando o Conselho de Segurança levantar as sanções econômicas e políticas impostas há 12 anos ao país." A exemplo da Arábia Saudita, outros países árabes estão exercendo pressão sobre Bagdá para que ceda às exigências. Falando em nome da Liga Árabe, o chanceler libanês, Mahmum Hammud, exortou Saddam a refletir antes que seja tarde. O presidente egípcio, Hosny Mubarak, também vem insistindo junto à que evite mais sofrimentos ao povo iraquiano, expressando um temor dos países da região: um ataque ao Iraque desestalibilizaria a volátil situação no Oriente Médio - cenário de um grave conflito entre israelenses e palestinos. A propósito, o chefe das Forças Armadas israelenses, general Moshe Yaalon, declarou hoje que Israel está preparado para enfrentar um novo ataque iraquiano. Durante a Guerra do Golfo, o Iraque lançou 39 mísseis Scud, com ogivas convencionais, sobre o território israelense. Naquela ocasião, as Forças Armadas israelenses não reagiram, cedendo a pressões dos Estados Unidos. O então presidente George Bush (pai do atual presidente americano) temia que uma reação israelense pudesse causar indignação no mundo árabe que estava apoiando a guerra contra o Iraque que havia invadido o Kuwait). "Nós estamos preparados para as duas hipóteses - em termos de defesa e de uma resposta ofensiva, se isso for necessário", acrescentou o general Yaalon.

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