Seca e guerra forçam cada vez mais somalis a fugir ao Quênia

Conflitos em Estado falido e falta de alimentos fazem com que cidadãos busquem refúgio em campo de Dadaab, já lotado.

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Por Will Ross
Atualização:

Conflitos e secas na Somália têm forçado uma quantidade sem precedentes de somalis a fugir para o Quênia, informa a ONG Save the Children. A organização humanitária relata que, diariamente, cerca de 1,3 mil pessoas - sendo ao menos 800 delas crianças - têm chegado ao campo de refugiados queniano de Dadaab. O número mensal de chegadas ao campo mais do que dobrou no período de um ano, afirma a Save the Children. Algumas famílias são forçadas a caminhar durante mais de um mês para chegar a Dadaab. As crianças chegam exaustas, subnutridas e severamente desidratadas. O conflito na Somália, considerado um Estado falido, já vinha forçando a fuga de cidadãos rumo ao Quênia. Mas uma forte temporada de secas e a alta no preço dos alimentos dificultaram ainda mais a situação de milhões de somalis. Dadaab, que é na verdade um conjunto de três assentamentos, é considerado o maior campo de refugiados do mundo: abriga mais de 350 mil pessoas. A ONG Médicos Sem Fronteiras diz que muitos dos recém-chegados ao local precisam desesperadamente de cuidados médicos. Metade das crianças que chegam ao campo nunca sequer foi vacinada. Como o conflito na Somália não dá sinais de trégua, e a expectativa é de que haja mais diversos meses de secas no país, as condições de vida em Dadaab - que já está superlotado - tendem a piorar. Até o momento, os esforços para descongestionar o campo e realocar os refugiados tiveram pouco sucesso. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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