Secretário da OEA não vai responder aos insultos de Chávez

Chanceler chileno lamenta declarações e exige linguagem mais respeitosa

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o chileno José Miguel Insulza, disse que não vai responder ao pedido de renúncia e aos insultos feitos pelo presidente venezuelano Hugo Chávez. No dia 5 de Janeiro, Insulza pediu ao governo de Caracas que reconsiderasse sua decisão de não renovar a concessão estatal à "Radio Caracas Televisión" ("RCTV"), chamada de "golpista" pelos governantes. O pedido irritou Chávez, que chamou secretário-geral de idiota e disse que ele deveria renunciar ao seu posto na OEA. O líder venezuelano ainda qualificou Insulza como "insosso" (fazendo um trocadilho com o nome de Insulza) e "vice-rei do império", o acusando de intrometer-se nos assuntos internos de seu país. "Vou denunciar sua ingerência em nossos assuntos internos e sua falta de respeito em todas as reuniões dos próximos meses, em Manágua, em Quito, na cúpula do Mercosul, para colocá-lo em seu lugar", disse Chávez. O chanceler chileno, Alejandro Foxley, lamentou hoje as declarações de Chávez e fez um pedido em nome de uma linguagem mais respeitosa. "Lamentamos as expressões feitas a respeito do secretário-geral da OEA. Consideramos que no âmbito de relações entre Estados e também com órgãos multinacionais deve se falar sempre com uma linguagem respeitosa e construtiva, inclusive e especialmente quando há e pode haver diferenças". Insulza, em declaração em Washington nesta terça-feira, disse que a OEA deve enviar observadores para a eleição da Venezuela, mesmo após o governo ter exigido apenas sua participação um mês antes da votação. Para Insulza, com a mídia estatal, é "impossível permitir sequer uma mínima oposição".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.