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Secretário de defesa dos EUA faz alerta sobre nova lei para militares gays

Robert Gates disse que mudança na política que proíbe militares abertamente homossexuais pode ter 'enormes consequências'.

Por Alessandra Corrêa
Atualização:

Para Gates, decisão terá "consequências enormes sobre as tropas americanas" O secretário de Defesa americano, Robert Gates, disse nesta quarta-feira que uma mudança repentina na política sobre a presença de homossexuais nas Forças Armadas pode ter "enormes consequências" para as tropas. As declarações do secretário foram feitas um dia após uma juíza distrital da Califórnia ter ordenado a suspensão da proibição de que gays assumidos sirvam nas Forças Armadas - política conhecida como Don't ask, don't tell ("Não pergunte, não conte", em tradução livre). Segundo Gates, essa decisão deveria ficar a cargo do Congresso e não de um tribunal. "Eu acredito firmemente que essa é uma ação que cabe ao Congresso e que requer uma preparação cuidadosa e muito treinamento", afirmou o secretário. "Tem enormes consequências sobre as nossas tropas." Legislação A política do Don't ask, don't tell exige que militares gays mantenham sua orientação sexual em segredo, sob pena de expulsão. Essa legislação foi aprovada pelo Congresso em 1993, em substituição a uma lei anterior que proibia completamente a presença de homossexuais nas Forças Armadas americanas. A juíza Virginia Phillips considerou a política do Don't ask, don't tell inconstitucional, por violar os direitos de liberdade de expressão dos militares homossexuais. O presidente americano, Barack Obama, já prometeu repetidas vezes acabar com a proibição de que homossexuais assumidos possam integrar as Forças Armadas. Nesta quarta-feira, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse o Don't ask, don't tell é uma política que vai chegar ao fim. "Vocês ouviram o presidente discutir isso por vários anos, mas quero reiterar que o presidente acredita firmemente que essa política é injusta, que é prejudicial para a nossa segurança nacional e que discrimina aqueles que estão dispostos a morrer por seu país", disse Gibbs. "E o presidente acredita firmemente que essa é hora de essa política terminar", afirmou o porta-voz. Impacto Gibbs não esclareceu se o governo pretende apresentar recurso contra a decisão da Justiça da Califórnia. O Departamento de Justiça tem prazo de 60 dias para apelar. A revisão da lei está parada no Senado e sofre oposição dos republicanos - que poderão ganhar maioria no Congresso nas eleições do próximo mês. No início do ano, o secretário de Defesa anunciou a criação de um grupo de trabalho formado por representantes civis e militares para estudar os efeitos que uma revisão da atual política teria sobre as Forças Armadas. O grupo deve apresentar suas conclusões em dezembro. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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