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Secretário de Estado dos EUA pressiona OEA a suspender a Venezuela

Mike Pompeo diz que medida não é um objetivo em si mesmo, mas uma forma de mostrar que a organização 'sustenta suas palavras com ação'; chanceler venezuelano rebate e garante que 'nenhum império colocará os pés' no país

Por Cláudia Trevisan , Correspondente e Washington
Atualização:

WASHINGTON - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, pediu nesta segunda-feira, 4, que os países integrantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovem a suspensão da Venezuela da instituição, em resposta à ruptura da ordem constitucional e à erosão dos princípios democráticos registrados sob o governo de Nicolás Maduro.

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"A suspensão não é um objetivo em si mesmo. Mas ela mostraria que a OEA sustenta suas palavras com ação e seria um poderoso sinal para o regime de Maduro: só eleições reais permitirão que seu governo seja incluído na família das nações", declarou Pompeo em discurso no primeiro dia da Assembleia Geral da organização, que reúne todos os países do continente, com exceção de Cuba.

Pompeo disse que os EUA e os demais países da OEA querem a retomada da ordem constitucional na Venezuela Foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP

Pompeo também defendeu que os Estados-membros da instituição imponham sanções econômicas e aumentem o isolamento diplomático da Venezuela. Segundo ele, Maduro "exauriu" todas as opções para o diálogo.

"Há apenas duas semanas houve eleições fraudulentas, que não ofereceram escolhas reais ao povo venezuelano. Muitos responderam decidindo ficar em casa." Apenas 46% dos eleitores participaram do pleito que reelegeu o presidente no mês passado.

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"Nós buscamos apenas o que todas as nações da OEA querem para todo mundo: o retorno à ordem constitucional, eleições livres com observadores internacionais e a libertação dos presos políticos", afirmou Pompeo.

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O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, pediu a palavra logo em seguida e acusou os EUA de agravarem a situação econômica e humanitária da Venezuela com o objetivo de justificar uma intervenção externa no país. 

"Os Estados Unidos, há mais de 20 anos, promovem um golpe continuado contra a República Bolivariana", afirmou. "Nenhum império vai colocar os pés na Venezuela."

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