Secretário do Tesouro dos EUA apóia Wolfowitz

A namorada, que foi colocada no centro da polêmica, diz que se opôs à promoção

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Por Agencia Estado
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O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, expressou nesta sexta-feira apoio ao presidente do Banco Mundial (BM), Paul Wolfowitz, que está imerso em um escândalo de favoritismo que levou a Associação de Funcionários do organismo a pedir renúncia. Paulson se referiu a Wolfowitz como "um funcionário muito dedicado", com uma "carreira distinta". O responsável do Tesouro evitou comentar em detalhes o caso e se justificou dizendo que há uma investigação em andamento e que é necessário deixar que ela aconteça. "Ele (Wolfowitz) pediu desculpas. O Banco tem um processo em andamento para revisar isto e Paul disse que esse processo é apropriado e estou de acordo com ele", disse Paulson. "Deixe-me acrescentar, de qualquer maneira, que isto não deve questionar nem ser interpretado como uma diminuição do apoio dos Estados Unidos a Paul Wolfowitz", assinalou no final da reunião do Grupo dos Sete (G7) países mais industrializados, que aconteceu nesta sexta-feira em Washington. O presidente do Banco Mundial se encontra no centro de uma polêmica relacionada ao salário de sua namorada, Shaha Ali Riza, uma cidadã britânica de origem árabe. Riza é namorada de Wolfowitz há cerca de cinco anos, pouco depois que o ex-número dois do Pentágono se divorciou de Clare Selgin Wolfowitz, após mais de 30 anos de casamento. Riza trabalhava então nas relações públicas do departamento do Oriente Médio e o Norte da África ("Mena") do BM, cargo que deixou porque as regras proíbem que os casais se supervisionem ou tenham a mesma categoria de autoridade. A partida foi precedida de uma promoção que se traduziu em uma alta salarial de mais de US$ 60 mil, que colocou a remuneração anual em cerca de US$ 200 mil livres de impostos, segundo o Government Accountability Project, um centro com sede em Washington. Wolfowitz foi o encarregado de estipular as condições da mudança, uma decisão que agora considera um "erro" e pela qual pediu publicamente desculpas na quinta-feira. Apesar de ter sido ele quem deu a última palavra, foi o Comitê de Ética que recomendou que Riza fosse promovida e transferida, embora não tenha especificado quanto ela deveria receber. A Casa Branca acredita que Wolfowitz se manterá no posto apesar da polêmica em torno da promoção e o salário de sua namorada. Durante a entrevista coletiva diária, a porta-voz adjunta da Casa Branca , Dana Perino, afirmou que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, "tem confiança em Paul Wolfowitz e em seutrabalho à frente do Banco Mundial". "Esperamos que permaneça como presidente do Banco Mundial. Ele conta com o apoio do presidente", reiterou a porta-voz. Namorada de Wolfowitz diz que se opôs à promoção Shaha Ali Riza, a mulher no centro da polêmica, assegura que foi "vitimizada" por aceitar um acordo ao qual se opôs. "Fui vitimizada por aceitar um acordo ao qual tinha me oposto e que não achei desde o princípio que fosse do meu próprio interesse", assinalou a namorada de Wolfowitz em carta enviada ao Comitê de Ética no dia 9 de abril. A carta faz parte de um memorando elaborado por um grupo de trabalho especial criado a pedido do Comitê Executivo do Banco Mundial para investigar os detalhes da promoção e mudança de Riza ao Departamento de Estado, em setembro de 2005. Riza assegurou que essa mudança foi "contrária a seus desejos" e lamentou o ocorrido em sua carta ao Comitê de Ética do Conselho Executivo, na qual dise ser vítima dos "mais impiedosos ataques Públicos". Antes de ser transferida ao Departamento de Estado, Riza trabalhou durante oito anos no "Mena".

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