
28 de agosto de 2011 | 10h21
O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, visitará a Síria para tentar resolver a crise no país.
A organização não deu muitos detalhes de qual deve ser o plano, mas afirmou que al-Arabi leva com ele "uma iniciativa para resolver a crise".
A visita de Nabil al-Arabi ocorre depois de uma reunião de ministros do Exterior de países árabes no Cairo, Egito, na qual os ministros pediram que o governo sírio inicie reformas e pare com a violência.
A ONU afirma que mais de 2.200 mil pessoas morreram no país desde o início dos protestos contra o presidente Bashar al-Assad em março.
Segundo a correspondente da BBC no Cairo Bethany Bell, a Liga Árabe está aumentando a pressão ao governo sírio mas ainda não suspendeu o país do grupo. A Líbia foi suspensa da organização no começo do ano.
Em uma declaração divulgada depois da reunião, os ministros "pediram que o secretário-geral da Liga Árabe realize uma missão urgente a Damasco e transmita para a liderana síria a iniciativa árabe para resolver a crise".
Os ministros também pediram "respeito (ao) direito do povo sírio de viver em segurança... e suas aspirações legítimas por reformas políticas e sociais".
A organização também afirmou que a estabilidade da Síria é muito importante para toda a região.
Turquia
A comunidade internacional está pressionando o presidente sírio, Bashar al-Assad, e até antigos aliados estão reprovando as ações repressivas no país.
A Turquia afirmou neste domingo que não confia mais no país vizinho. O presidente turco, Abdullah Gul, afirmou que a situação na Síria "chegou a um nível em que tudo (o que for feito) será pouco e tarde demais".
"Todos devem saber que estamos do lado do povo sírio... O povo é fundamental", disse Gul à agência de notícias Anatolia.
O Irã, um dos aliados mais próximos da Síria, também pediu que o presidente Bashar al-Assad ouvisse as exigências de seu povo.
"O governo deve responder às exigências de seu povo, seja na Síria, no Iêmen ou em outros países", teria dito no sábado o ministro do Exterior iraniano, Ali Akbar Salehi.
Protestos
Segundo informações a repressão aos protestos continua na Síria.
Mais manifestações ocorreram durante a noite de sábado em volta de Damasco depois que forças de segurança invadiram a mesquita de al-Rifai, no bairro de Kafar Susseh, no momento em que as pessoas deixavam o local.
Ativistas afirmam que pelo menos uma pessoa foi morta e várias outras ficaram feridas.
Também ocorreram disparos no bairro de Saqba, em Damasco, na província de Idlib e na cidade de Homs, centro do país.
A maioria dos jornalistas estrangeiros teve a entrada proibida na Síria, o que dificulta uma avaliação independente das informações.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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