Secretário-geral da ONU pede aos EUA que negociem diretamente com o Irã

Kofi Annan pediu que todas as partes "diminuam a retórica" e "intensifiquem os esforços para encontrar uma solução"

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Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu nesta sexta-feira aos Estados Unidos que negociem diretamente com o Irã a fim de encontrar uma saída diplomática para o conflito envolvendo o programa nuclear iraniano, e solicitou a diminuição do tom retórico sobre a crise. "Peço a todas as partes que diminuam a retórica e que intensifiquem os esforços para encontrar uma solução", disse Annan em entrevista coletiva durante a IV Cúpula União Européia-América Latina e Caribe, em Viena. "Acho que é importante que os EUA se sentem à mesa (de negociação) e se unam aos países europeus e ao Irã para encontrar uma solução", afirmou o secretário-geral das Nações Unidas. "Temos que fazer tudo o que pudermos para encontrar uma solução sobre o Irã. Acho que a melhor saída é uma negociada, e devemos intensificar nossos esforços diplomáticos", ressaltou. Washington, que considera que o programa nuclear iraniano tem fins militares, quer que o Conselho de Segurança da ONU imponha sanções a Teerã. Os EUA são apoiados pelo Reino Unido e França, e também membros permanentes do principal órgão da ONU. Rússia e China, os outros dois membros permanentes do Conselho de Segurança e, portanto, com direito a veto, mostraram-se reticentes às sanções e preferem manter o assunto dentro do marco da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Estados Unidos e Irã EUA e Irã não mantêm relações diplomáticas desde 1979, quando a embaixada de Washington em Teerã foi tomada por mujahedin iranianos e seus ocupantes foram mantidos como reféns por 444 dias. Os países que formam a chamada "troika" européia (Reino Unido, França e Alemanha) estão preparando um conjunto de medidas para que o Irã coopere. Essas medidas que, segundo se prevê, serão apresentadas na próxima segunda-feira em Bruxelas, incluem concessões de índole tecnológica e de segurança militar, enquanto se detalham ações punitivas caso o Irã continue não cumprindo as exigências da AIEA.

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