Segue impasse por vaga no Conselho de Segurança

Guatemala e Venezuela recusam acordo para a eleição de um terceiro candidato para substituir a Argentina

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Guatemala decidiu voltar atrás e seguir na disputa com a Venezuela por uma vaga no Conselho de Segurança da ONU. Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores guatemalteco, Gert Ronsenthal, chegou a dizer que o país poderia abrir mão em favor de um terceiro candidato de consenso, segundo informações da agência de notícias AFP. Em nova declaração, Rosenthal descartou retirar a candidatura, porque afirma que seu país está perto de conseguir os votos necessários. A hipótese de um acordo também foi descartada pelo embaixador venezuelano na ONU, Francisco Arias Cárdenas. "A Venezuela não pode se retirar. Isso seria como dizer que a Venezuela se rende, se humilha", diz Cárdenas, que acusa os Estados Unidos de fazer pressão para que seu país não seja eleito. A trigésima votação para escolher o substituto da Argentina no Conselho terminou sem um país vitorioso. Assim como a anterior, A Guatemala teve 107 votos e a Venezuela, 77. Para conseguir a vaga, um país precisa atingir 128 votos. Os dois países anunciam estar dispostos a estender a questão indefinidamente. Diante da falta de uma solução para o caso, a Assembléia Geral estuda suspender as votações até a próxima quarta-feira, na esperança de que surja um consenso nesse período. "Nós seguiremos a batalha e quando estivermos convencidos de que não podemos seguir, trabalharemos com nosso grupo regional para buscar um terceiro candidato", diz Gert Ronsenthal. O Brasil apóia a candidatura da Venezuela, assim como outros membros do Mercosul. O país de Hugo Chávez tem também o aval de dois membros permanentes no Conselho de Segurança, China e Rússia. No outro lado, Estados Unidos e União Européia são os principais aliados da Guatemala. "Não é uma eleição tradicional que estamos debatendo. É a batalha dos países que querem dizer à União Européia que ela não é dona do mundo e não vai impor suas vontades", diz o embaixador venezuelano na ONU. Um impasse como esse já havia acontecido entre Cuba e Colômbia, em outubro de 1979. O problema se estendeu por mais de dois meses e terminou com a eleição de um terceiro candidato, o México.

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