Segundo grupo de brasileiros repatriados chega a São Paulo

O chanceler Celso Amorim irá para Adana, Turquia acompanhar pessoalmente a retirada dos brasileiros restantes

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Por Agencia Estado
Atualização:

Chegou por volta das 11h40 da manhã desta segunda-feira, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o segundo vôo da Força Aérea Brasileira (FAB) trazendo pessoas que estavam no Líbano. O terceiro vôo sairá de Adana, na Turquia, terça-feira e será acompanhado pelo chanceler Celso Amorim pessoalmente. Mais 225 brasileiros deixarão o país em vôo fretado pela TAM. Amorim deixará na terça-feira Genebra em direção à cidade turca, para tentar garantir o transporte para os brasileiros. As conversas dos passageiros que chegaram nesta segunda-feira giravam em torno da grande ofensiva de Israel no sul do Líbano, mas outras cidades na região norte daquele país também foram atingidas pelos bombardeios. Assim, outros brasileiros também começam a abandonar aquela área por falta de segurança. Na terça-feira, outro avião da FAB chegará ao País com 70 passageiros. Nos próximos dias, 455 brasileiros devem deixar a região. Na quarta-feira, 225 serão transportados pela TAM, enquanto na quinta, mais 150 serão trazidos pela FAB. Na sexta-feira acontece o último vôo, quando outros 70 brasileiros chegarão ao Brasil em um vôo da FAB. A passageira Patrícia, uma das brasileiras que acabou de desembarcar em Cumbica, disse que "a situação no Líbano está terrível". "Agradecemos a Deus por estar aqui no Brasil. Estamos com muita pena de toda aquela gente que ficou para trás e realmente a coisa esta difícil. Eu era turista lá e não tinha um lugar exato para a gente ficar. Eu cheguei a fugir para as montanhas, mas tive que abandonar esse local. Não tem comunicação nenhuma lá. Tomará que o governo brasileiro retire imediatamente todos os que lá ficaram". Esse é o segundo grupo a ser trazido pelo Itamaraty desde o início do conflito entre Israel e o Hezbollah. Assim como o primeiro vôo, que pousou na última terça-feira com 98 passageiros, a escala no Recife foi de caráter técnico (reabastecimento do avião). O avião que chegou nesta manhã saiu da cidade de Adana, na Turquia, no domingo. Durante o reabastecimento do avião, muitos passageiros desembarcaram para descansar e seis deles ficaram na capital pernambucana para fazer conexões. Desses, cinco eram da mesma família: o libanês naturalizado brasileiro Ali Said Chaheito, sua mulher, Maria do Socorro Correia Moreira, e três filhos, que seguirão de Recife para Belém. O governo brasileiro organiza uma operação para a retirada de 1.500 brasileiros do Líbano. Os próximos vôos com direção ao Brasil devem sair de Damasco, na Síria. Com este segundo grupo, o total de brasileiros repatriados é de 248. As operações no Líbano não param e o Itamaraty confirma que já foram retirados 545 pessoas daquele país, incluindo brasileiros e parentes de outras nacionalidades. Mudança Outro grupo com 500 brasileiros que segue em comboio para Damasco teve de mudar o roteiro para deixar o Vale do Bekaa, no Líbano. Por medida de segurança, a viagem será feita pelo lado norte do Líbano, em vez de passar pela fronteira oriental. Assim, o tempo para sair da zona de conflito, que antes era de aproximadamente uma hora e meia, passa a ser de 14 horas. Amanhã, dia 25, outro grupo com mais 500 pessoas deve fazer o mesmo roteiro. De acordo com a assessoria de imprensa do Itamaraty, mais três vôos de resgate estão agendados. Os aviões da FAB devem decolar novamente da Turquia na quarta-feira e na quinta feira. Para a retirada dos demais grupos, o Itamaraty vai contar com a ajuda da empresa aérea TAM, que começará suas operações na terça-feira. Fechamento de embaixada O governo do Brasil não descarta a possibilidade de retirar a embaixada brasileira em Israel. A informação foi dada pelo secretário-geral da Liga Parlamentar Árabe Brasileira, deputado Jamil Murad. Segundo ele, o ministro Celso Amorim, estuda essa possibilidade como forma de protesto contra os ataques israelenses. Israel deu inicio à operação no Líbano após o Hezbollah matar oito soldados e capturar outros dois na fronteira entre os dois países, no dia 12 de julho. Pelo menos 381 pessoas perderam suas vidas do lado libanês, incluindo 20 soldados e 11 militantes do Hezbollah, de acordo com autoridades libanesas. Já o total de mortos do lado israelense fica em 37, com 17 civis vítimas de mísseis lançados pelo grupo extremista e 20 soldados mortos durante os combates. Em Gaza, onde Israel também mantém uma frente de batalha, outro soldado israelense permanece capturado por militantes palestinos.

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