Segundo porta-voz cubano, fim de Fidel está distante

O porta-voz do parlamento cubano, Ricardo Alarcon, rejeitou todas as especulações de que a saúde de Fidel possa ser crítica

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Por Agencia Estado
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No primeiro dia em 47 anos sem ter Fidel Castro na liderança do país, o governo comunista de Cuba tentou passar uma sensação de normalidade à população nesta terça-feira. Segundo um importante funcionário do governo cubano, embora Fidel tenha abdicado temporariamente de suas funções, ele está longe abandonar completamente o comando da nação. O porta-voz do parlamento cubano, Ricardo Alarcon, rejeitou todas as especulações de que a saúde de Fidel possa ser crítica. Em entrevista à agência de notícias cubana Prensa Latina, ele lembrou que o líder cubano é conhecido por lutar até o fim e que seu "momento final ainda está muito distante". Alarcon também mostrou-se desgostoso diante das celebrações promovidas pela comunidade cubana exilada em Miami. Segundo ele, os "atos de provocar vômitos" foram promovidos por "mercenários e terroristas". O porta-voz pediu ainda a união dos cubanos, e os incitou a seguirem o exemplo de Fidel, que "está atento a todos os detalhes e toma medidas para confrontar qualquer agressão inimiga". Nos meios de comunicação local, o principal jornal da televisão estatal cubana não deu detalhes sobre as condições do líder cubano, de 79 anos. Ainda assim, o telejornal veiculou reportagens em que cidadãos entrevistados nas ruas desejavam a melhora de Fidel e juravam confiança no poder de permanência da revolução. Segundo o âncora do telejornal, Fidel tem o "apoio incondicional" do povo cubano. Informações truncadas Ainda não está claro quando nem onde a cirurgia foi realizada. As autoridades cubanas também não anunciaram o local em que o presidente aguarda sua recuperação. A única informação sobre o procedimento anunciada por Alarcon é de que se tratou de uma "operação delicada". Mais cedo, o governo venezuelano havia informado, citando fontes cubanas, que a recuperação de Fidel "avançava positivamente". O presidente venezuelano, Hugo Chávez, é atualmente o principal aliado do regime cubano. Na noite de segunda-feira, o secretário pessoal de Fidel Castro leu uma carta atribuída ao próprio presidente em que ele anunciou a delegação temporária de suas funções ao irmão Raúl, seu sucessor legal segundo a Constituição cubana. Na carta, Fidel, que fará 80 anos no próximo dia 13, diz ter sido operado para "cuidar de uma intensa crise intestinal com forte sangramento". Ainda segundo o porta-voz Alarcon, a decisão de Fidel de delegar todas as suas responsabilidades foi tomada conscientemente pelo líder. Texto atualizado às 20h07

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