Sem acordo, Constituição Européia é adiada

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Por Agencia Estado
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Os líderes da União Européia (UE) - os 15 atuais e os 10 que ingressarão em maio - , reunidos na capital belga, não conseguiram chegar a um consenso para a aprovação da futura Constituição européia, informou neste sábado um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Itália - país que exerce a presidência rotativa da instituição. As negociações foram bloqueadas por Espanha e Polônia, que rejeitam o sistema de "dupla maioria" para aprovação de resoluções coletivas - 50% dos países desde que estejam aí representados 60% da população da UE - previsto na Carta. Esse esquema, sustentam Madri e Varsóvia, favorece países mais populosos como Alemanha (82 milhões), França (59), Grã-Bretanha (59) e Itália (58). Espanha e Polônia (com cerca de 40 milhões de habitantes cada) defendem a manutenção do modelo contido no Tratado de Nice (2000), que lhes garante quase o mesmo peso decisório dos grandes da UE. A UE vai expandir seu quadro de membros de 15 para 25 países em maio, e um acordo sobre a futura Constituição era visto como vital. A Polônia é um dos novos membros da organização. Tanto o primeiro-ministro espanhol, José María Aznar, quanto seu colega polonês, Leszek Miller, insistiram nas várias reuniões mantidas hoje com o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi; o britânico, Tony Blair, o chanceler alemão, Gerhard Schroeder, e o presidente francês, Jacques Chirac, que a "dupla maioria" da futura Constituição é "inaceitável" para eles porque significa reduzir o poder dos dois países. "O melhor e o mais justo para a União Européia é manter o que estabelece o Tratado de Nice", reafirmaram. Embora ressaltando os esforços para obter um acordo de última hora, o porta-voz da chancelaria italiana deixou claro que a saída será adiar a decisão para o próximo ano quando a presidência rotativa da UE será exercida pela República da Irlanda.

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