Sem acordo, protesto por eleições continua na Tailândia

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Por AE-AP
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Manifestantes que foram às ruas da cidade de Bangcoc, capital da Tailândia, disseram que vão manter o protestos iniciados há cerca de um mês e a reivindicação por novas eleições, mesmo após o fracasso nas negociações realizadas até aqui. "Nós não vamos para casa antes de vencer", disse o líder dos manifestantes, Khwanchai Praipana, depois da de o primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva, rejeitar um acordo. Os manifestantes haviam pedido que o Parlamento fosse dissolvido imediatamente, mas o governo afirma que isso deve acontecer apenas em seis meses.Os chamados "Camisas Vermelhas" também pediram que seus simpatizantes no interior do país enfrentem as forças de segurança. Muitos deles já começaram a fazer barreiras em rodovias no entorno de Bangcoc para evitar que reforço policial entre na cidade.O primeiro-ministro tailandês deu uma entrevista transmitida pela televisão, ao lado do chefe do exército, em um aparente esforço para acabar com rumores de que há um racha entre o governo e o exército. A entrevista foi feita um dia depois de Abhisit rejeitar o pedido de dissolução imediata do Parlamento proposto pelos Camisas Vermelhas, o que reduziu as esperanças de um fim pacífico para a crise. "O processo de solução está em andamento, mas pode não satisfazer a todos. O governo, e não apenas o exército, estão se preparando para o que pode levar ao próximo nível", disse Abhisit na entrevista, sem dizer qual seria esse próximo nível. Os distúrbios em Bangcoc já mataram ao menos 26 pessoas e deixaram feridas quase 1 mil desde que os Camisas Vermelhas passaram a ocupar a capital tailandesa, há um mês, fechando hotéis cinco estrelas e shoppings centers, paralisando a vida diária dos habitantes da cidade e custando ao comércio local milhões de dólares por dia.Os Camisas Vermelhas consistem principalmente de habitantes de áreas rurais que apoiam o ex-primeiro-ministro, Thaksin Shinawatra, e ativistas pró-democracia que se opõem ao golpe militar que o retirou do poder em 2006. Os manifestantes acreditam que o governo de Abhisit é ilegítimo porque ele assumiu o poder sob pressão do exército, por meio de um voto parlamentar, depois que duas decisões judiciais retiraram do poder dois governos pró-Thaksin que haviam sido eleitos.

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