Sem fornecer evidências, Trump acusa China de hackear e-mails de Hillary

No Twitter, presidente americano diz que 'próximo passo (em uma possível investigação) precisa ser do FBI ou do Departamento de Justiça' depois de todos os outros erros que teriam sido cometidos no caso; Pequim nega acusações e diz que defende cibersegurança

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Atualização:

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu em publicação no Twitter nesta quarta-feira, 29, que a China hackeou os e-mails da candidata à Casa Branca pelo Partido Democrata em 2016, Hillary Clinton, mas não forneceu qualquer evidência ou informação adicional.

E-mails de Hillary Clinton, muitos dos quais são informações confidenciais, foram hackeados pela China. O próximo passo precisa ser do FBI ou do Departamento de Justiça ou, depois de todos seus outros erros (Comey, McCabe, Strzok, Page, Ohr, Fisa, Dossiê Sujo), sua credibilidade desaparecerá para sempre”, tuitou Trump no início da madrugada desta quarta.

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Na noite de terça, Trump escreveu na rede social: “A China hackeou o servidor privado de email de Hillary Clinton. Tem certeza que não foi a Rússia (só brincando!)? Quais são as chances do FBI e do Departamento de Justiça estarem cientes disso? Na verdade, uma história muito grande. Muita informação confidencial”.

Falando em Pequim, a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China Hua Chunying disse que as acusações de Trump não representam nada de novo.

“Essa não é a primeira vez que escutamos alegações desse tipo”, disse Hua a repórteres. “A China é uma forte defensora da cibersegurança. Nos opomos firmemente e repreendemos qualquer forma de ataques pela internet e o roubo de segredos”, acrescentou, sem mencionar diretamente Trump ou Hillary.

Porta-voz da chancelaria chinesa, Hua Chunying Foto: AP Photo/Ng Han Guan

Os serviços de inteligência dos EUA afirmaram que a Rússia orquestrou a invasão das contas de e-mail de vários funcionários da campanha democrata durante o processo eleitoral de 2016

O procurador especial Robert Mueller, que investiga o envolvimento da Rússia nas eleições americanas de 2016, indiciou 12 espiões russos acusados de hackear o sistema da campanha de Hillary Clinton e sabotar as eleições nos EUA.  Moscou nega as acusações de que tenha atuado para favorecer a campanha de Trump.

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Em abril de 2017, Trump disse que a China poderia ter hackeado os e-mail do Partido Democrata para interferir na eleição americana. Naquela ocasião, ele também não apresentou nenhum prova para embasar a acusação. A China nega reiteradamente as acusações de envolvimentos em ataques cibernéticos. / REUTERS

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