Sem Powell, EUA perdem "voz moderada", diz ex-embaixador

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A partida do secretário de Estado, Colin Powell, do governo americano representa "uma perda para as vozes moderadas e internacionalistas na administração Bush", diz o governador do Estado de Novo México, Bill Richardson, que foi embaixador dos EUA na ONU durante o governo de Bill Clinton. Colin Powell e outros três secretários do gabinete presidencial tornaram públicos seus pedidos de demissão nesta segunda-feira. Powell, ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas americanas, liderou a ofensiva do governo Bush para tentar convencer as Nações Unidas de que era necessário derrubar Saddam Hussein. No entanto, as evidências da presença de armas de destruição em massa no Iraque levadas por Powell à ONU não foram confirmadas, e hoje acredita-se que os arsenais ilegais do Iraque já haviam sido destruídos antes da invasão do país. O papel de Powell na elaboração da política externa americana foi de promover moderação e buscar alianças diplomáticas com as nações amigas. Sua influência foi contida, porém, já que a maioria dos outros assessores próximos de Bush defendiam uma linha mais dura e geralmente acabavam vencendo. Após os atentados de 11 de setembro, Powell ajudou a formar a frágil coalizão da guerra ao terror, pedindo toda a ajuda que um país pudesse oferecer mas com o cuidado de não exigir de nenhuma nação algo além de suas capacidades. Em sua carta de demissão, o secretário se diz "contente de ter feito parte da equipe que lançou a guerra global ao terrorismo, libertou os povos do Afeganistão e do Iraque".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.