'Não dá para dar um golpe, não?', diz Bolsonaro a presidente paraguaio sem saber que era gravado

'Queria continuar presidente. Não dá para dar um golpe, não? Tudo, quando eles perdem, dizem que é golpe', afirmou o presidente brasileiro para o paraguaio Mario Abdo Benítez

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Por Bárbara Nascimento e Matheus Lara
Atualização:

BENTO GONÇALVES - Sem saber que o microfone continuava ligado, o presidente Jair Bolsonaro fez uma brincadeira pouco diplomática com o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, durante a Cúpula dos países do Mercosul. Logo após transferir a presidência do bloco ao Paraguai, Bolsonaro emendou uma crítica à esquerda, no ouvido do chefe de Estado: “Queria continuar presidente. Não dá para dar um golpe, não? Tudo, quando eles perdem, dizem que é golpe. É impressionante, né?”, disse.

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A declaração ocorreu minutos após o posicionamento da representante do governo da Bolívia, a ministra de Relações Exteriores, Karen Longaric. Ela prometeu eleições livres e transparentes e disse que a presidente autodeclarada, Jeanine Añez, está comprometida com esse objetivo. 

“Desejo reafirmar a vontade da Bolívia de contribuir de forma proativa para o aprofundamento de integração do Mercosul. Gostaria de agradecer pela preocupação e acompanhamento da dramática situação que a Bolívia viveu”, disse, acrescentando: “Nos próximos meses, a Bolívia terá o processo eleitoral mais livre e transparente de sua história. Convidamos para que acompanhem as eleições”.

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, o presidente do Paraguai, Mario Benitez e a vice-presidente do Uruguai, Lucia Topolansky Foto: Diego Vara/Reuters

Após a intervenção de Longaric, Bolsonaro disse que “em breve a Bolívia estará entre nós”. Apesar de não ter reconhecido Añez formalmente, o presidente argentino, Maurício Macri, também sinalizou em favor da senadora, autodeclarada presidente.

Antes da representante boliviana, a vice-presidente do Uruguai, Lucía Topolansky, destoou tanto de Bolsonaro quanto de Macri, ao afirmar que “vários países estão atravessando crises políticas, institucionais e até golpes de Estado”.

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