Sem-terra conta como entregou bandeira do MST a Arafat

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 40 ativistas estrangeiros usaram roupas e bandeiras brancas para caminhar entre a guarda israelense e entrar no complexo da Autoridade Nacional Palestina na Cisjordânia. A informação foi dada hoje pelo integrante do MST Mário Lill, agricultor gaúcho que estava entre os manifestantes e entregou uma bandeira da entidade ao líder palestino Yasser Arafat. "Nós andamos sempre em grupo, um grupo compacto, todos vestidos de branco, com bandeiras brancas e fomos caminhando, passamos por várias barreiras", afirmou, em entrevista ao jornal Zero Hora e reproduzida hoje pela Rádio Gaúcha, de Porto Alegre. "Ao chegarmos ao pátio de entrada do quartel os tanques se movimentaram, tentaram colocar os tanques na nossa frente, nós desviamos deles e fomos avançando", disse. "Os soldados atiraram no chão e atiraram para o ar, mas nós seguimos a marcha e entramos na porta da frente do quartel." Lill disse que um grupo de 35 ativistas permaneceu dentro do complexo da ANP, mas cerca de dez saíram do quartel-general, entre eles o ativista francês José Bové, do movimento Via Campesina, que foi preso. O integrantes do MST permanece no QG da Autoridade Palestina em Ramallah e promete ficar no local até terminar o cerco israelense a Yasser Arafat. Segundo a recepção do hotel em que o brasileiro estava hospedado, na Cisjordânia, ele dormiu na noite passada no escritório de Arafat. Assentado em Pontão, no norte gaúcho, Lill integra a direção estadual do MST desde 2000. Segundo o MST no Estado, este ano ele passou a fazer parte também da direção nacional do movimento. De acordo com a entidade, a idéia de fazer uma visita de solidariedade à Palestina foi apresentada inicialmente por duas organizações não-governamentais (ongs) durante o II Fórum Social Mundial (FSM), em Porto Alegre, entre 31 de janeiro e 5 de fevereiro. A visita teria sido programada para 30 de março para coincidir com a celebração do dia da terra entre os palestinos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.