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Senado dos EUA aprova ampliação de muro na fronteira

A emenda prevê construção de muro de 595 quilômetros ao longo da fronteira com México e a colocação de barreiras em cerca de 800 quilômetros para impedir passagem de automóveis

Por Agencia Estado
Atualização:

O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira uma emenda que prevê a construção de um muro de 595 quilômetros ao longo da fronteira que separa o país do México. A proposta do senador republicano Jeff Sessions autoriza a construção de uma cerca em vários trechos da fronteira, como previsto no projeto de lei que a Câmara dos Representantes aprovou em dezembro passado. A emenda aprovada pelos senadores por 83 votos a favor e 16 contra também dá sinal verde à colocação de barreiras em cerca de 800 quilômetros da fronteira para impedir a passagem de automóveis. O senador Jeff Sessions argumentou que a construção do muro enviará a mensagem de que "os dias de fronteiras abertas acabaram". "Boas cercas fazem bons vizinhos e não maus vizinhos", acrescentou. Esta foi a primeira vitória significativa para aqueles que defenderam uma reforma imigratória mais dura nos dois dias de debates no Senado. Os prospectos são menos favoráveis para suas tentativas de retirar partes da legislação que podem permitir que milhões de imigrantes ilegais obtenham cidadania e a criação de um programa de trabalho temporário. Na terça-feira, o Senado rejeitou uma emenda do senador democrata Byron Dorgan que eliminaria um programa de trabalhadores temporários, um elemento-chave da reforma migratória que a Casa Branca solicitou com insistência. Exclusão de criminosos O Senado aprovou também nesta quarta-feira uma emenda que exclui estrangeiros com antecedentes criminais de um eventual programa de legalização, em meio a um polarização do debate sobre a reforma imigratória. A emenda, proposta pelos senadores republicanos Jon Kyl (Arizona) e John Cornyn (Texas), exclui imigrantes ilegais que tenham sido condenados por um delito grave ou por três delitos menores. A medida permitirá exceções para casos excepcionais, ainda a serem determinados, e para aqueles que desconheciam que havia uma ordem de deportação contra si, segundo fontes legislativas. O senador democrata Edward Kennedy explicou que apoiou a medida porque, dessa forma, será eliminado dos EUA o "elemento criminoso" que pode SDE tornar uma ameaça à segurança nacional. A emenda - uma entre as mais de dez que o Senado votará antes do fim de mês - conta com o apoio da minoria democrata. Os legisladores devem completar seus trabalhos sobre a imigração na semana que vem. O Senado age em meio à um ambiente policio volátil, enquanto a Casa Branca luta para amenizar as preocupações de republicanos que argumentam que o presidente Bush é a favor da anistia para imigrantes ilegais. A Casa Branca disse que apóia uma reforma migratória integral que inclua mais vigilância na fronteira e sanções a empresas que contratem imigrantes ilegais, uma via para a legalização de boa parte dos imigrantes clandestinos, e um programa de trabalhadores temporários. Tropas na fronteira Em meio ao debate sobre a imigração, o presidente Bush anunciou em seu discurso na segunda-feira um plano para distribuir 6 mil soldados da Guarda Nacional para Estados da fronteira sudoeste com o México, para auxiliar os agentes da Patrulha de Fronteira. Os homens da Guarda são soldados em meio período e dividem seu tempo entre a vida civil e militar. A proposta de usar a Guarda nos quatro Estados com fronteiras com o México gerou reações mistas no Congresso. Oficiais do Pentágono insistiram que a medida não irá sobrecarregar a Guarda ou interferir em suas preparações para combates.

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