PUBLICIDADE

Senado dos EUA aprova construção de muro na fronteira com o México

Lei será enviada ao presidente George W. Bush para promulgação

Por Agencia Estado
Atualização:

Após muita discussão entre democratas e republicanos, por 80 votos a favor e 19 contra o Senado dos Estados Unidos aprovou a construção de um muro duplo de 1.226 quilômetros de extensão na fronteira com o México para conter o fluxo de imigrantes ilegais. A medida havia recebido o sinal verde da Câmara de Representantes no dia 14 de setembro. O muro terá um custo de cerca de US$ 2 bilhões. O projeto de lei do muro aprovado pelo Senado autoriza mas não atribui fundos para sua construção. Por isso, alguns ativistas consideram a medida mais simbólica do que substancial. Após a aprovação do Senado, a lei será enviada ao presidente George W. Bush para promulgação. O Congresso fará uma breve sessão transitória depois das eleições de 7 de novembro. Mas a reforma migratória terá que esperar até o próximo ano. Alguns líderes democratas, como o senador Edward Kennedy, criticaram a medida. "Será um esbanjamento do dinheiro dos contribuintes", acusou, afirmando ainda que o fluxo de imigrantes ilegais continuará apesar dos novos obstáculos. A Câmara de Representantes tinha aprovado um orçamento de US$ 1,2 bilhão para construir o muro, como parte dos US$ 34,8 bilhões destinados a programas de segurança nacional durante o ano fiscal 2007, que começará neste Domingo. Além do muro, haverá uma barreira virtual com aviões, helicópteros, lanchas motorizadas, cães adestrados, barreiras, luzes de alta potência, equipamentos infravermelhos e de comunicação, bem como agentes com uniformes blindados. Os agentes da Patrulha de Fronteiras terão mais autoridade para deter e imobilizar veículos em fuga. A vigilância será reforçada nas áreas fronteiriças da Califórnia, Arizona, Novo México e Texas. A construção do muro foi comemorada pelo secretário de Segurança Nacional, Michael Chertoff. Segundo ele, a medida contribui para fortalecer a segurança americana. Críticas Mas o muro é criticado por grupos de defesa dos direitos humanos. Organizações que apóiam uma ampla reforma migratória disseram que o ideal seria deixar a decisão para o novo Congresso. As entidades combatem também a medida que criminaliza os imigrantes ilegais e quem der apoio a eles nos EUA. A lei foi aprovada em dezembro pela Câmara de Representantes, a pedido do republicano James Sensenbrenner. A Câmara de Representantes aprovou na semana passada vários projetos de lei que fortalecem o combate aos imigrantes ilegais, mas seu futuro no Senado é incerto devido às divisões partidárias. As propostas fazem parte da estratégia eleitoral dos republicanos que, para contentar sua base conservadora, tentam projetar uma imagem "dura" contra a imigração ilegal e de determinação para fechar a fronteira sul. O Senado já tinha aprovado em maio uma reforma migratória integral como pedida pela Casa Branca, que inclui um programa de trabalhadores hóspedes, uma forma de legalização de parte dos imigrantes ilegais, e uma maior vigilância dos locais de trabalho e na fronteira. Alguns senadores republicanos que apoiaram o projeto de reforma, entre eles o influente Arlen Specter, advertiram que o problema da imigração ilegal nos EUA "não admite soluções intermediárias".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.