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Senado dos EUA debate venda de armas

Por Denise Chrispim Marin , CORRESPONDENTE e WASHINGTON
Atualização:

O Comitê de Justiça do Senado dos EUA realizou ontem um debate público que mostrou a dificuldade que a Casa Branca terá para aprovar no Congresso sua proposta para banir a venda de fuzis de assalto e de carregadores de alta capacidade. Em quatro horas de audiência, até mesmo os defensores da restrição ao comércio de armas falaram em favor do direito à posse de armamento de grosso calibre no país.O presidente da Associação Nacional do Rifle (NRA), Wayne LaPierre, voltou a defender a presença de guardas armados nas escolas para evitar tragédias como a de dezembro em Newtown, quando 20 crianças foram assassinadas. O sistema de checagem de antecedentes criminais e de saúde mental do comprador, segundo ele, nunca funcionará."O problema das leis sobre armas é que os criminosos não cooperam com elas. Os doentes mentais tampouco", disse. "Os proprietários de armas que obedecem as leis não aceitarão ser culpados por atos de violência de criminosos dementes e não acreditamos que o governo deva ditar o que podemos ter e usar para protegermos nossas famílias legalmente." A proibição de fuzis de assalto foi combatida pela promotora Gayle Trotter. "A posse de um fuzil de assalto dá às mulheres paz de espírito. Um fuzil nas mãos de uma jovem, para proteger seus bebês e seu lar, torna-se uma arma de defesa", disse Gayle.Uma das poucas vozes em favor das restrições foi a da ex-deputada Gabrielle Giffords, vítima de um atirador em janeiro de 2011. Ela abriu a audiência pedindo uma "ação forte e corajosa" do Congresso. "Muitas crianças estão morrendo", disse. Horas depois, seu marido, o ex-astronauta Mark Kelly, defendeu a criação de um sistema de checagem de antecedentes de compradores. "Somos favoráveis ao porte de armas, mas somos contra a violência armada. Quando pessoas perigosas têm armas perigosas, todos estamos mais vulneráveis", afirmou Kelly. "A melhor maneira de evitar o acesso a armas de um sujeito mau é a checagem de seus antecedentes", afirmou James Johnson, chefe de polícia de Baltimore, que defendeu também a proibição da venda de fuzis de assalto. A restrição ao comércio de pistolas semiautomáticas - arma mais usada por criminosos no país - não recebeu apoio.

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