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Senado dos EUA rejeita aumento de controle de armas após massacre de Orlando

As quatro medidas propostas pelos parlamentares - duas pelos democratas e duas pelos republicanos - não alcançaram o mínimo necessário de 60 votos para seguir adiante

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O Senado dos Estados Unidos rejeitou na segunda-feira, 20, quatro propostas legislativas encaminhadas para aumentar o controle sobre armas de fogo no país, uma semana depois do massacre em uma boate de Orlando, na Flórida, que deixou 49 mortos.

Nenhuma das quatro medidas propostas (duas pelos republicanos e duas pelos democratas) alcançou o mínimo necessário de 60 votos para seguir adiante, já que os senadores votaram seguindo suas bancadas, com os progressistas rejeitando as medidas dos conservadores e vice-versa.

Erica Smegielski (2ª à dir.), filha do diretor da Escola Elementar Sandy Hook, morto no ataque de 2012, chora no Senado dos EUA após parlamentares rejeitarem leis para controle de armas Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

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Republicanos e seus aliados no lobby de armas da NRA disseram que os projetos democratas eram muito restritivos e desrespeitavam o direito constitucional de portar armas. Democratas criticaram os planos dos republicanos como muito fracos.

"É sempre a mesma coisa. Depois de cada tragédia, nós democratas tentamos aprovar medidas de segurança sobre armas. Infelizmente, nossos esforços são bloqueados pelo Congresso republicano, que recebe ordens da Associação Nacional do Rifle", disse o líder democrata no Senado, Harry Reid.

O líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, republicano de Kentucky, afirmou que as medidas democráticas eram ineficazes.

A rejeição a aumentar o controle das armas de fogo aconteceu dois dias depois do pedido do presidente Barack Obama para que o Senado atuasse, ao comentar que não fazer nada após tragédias como a de Orlando é "indesculpável".

Duas das medidas votadas hoje (uma democrata e outra republicana) eram bastante similares quanto a seu objetivo, impedir que pessoas investigadas por terrorismo possam comprar armas, mas diferiam na forma, já que a democrata outorgava esse poder ao governo federal e a republicana o deixava nas mãos dos juízes.

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A terceira proposta, apresentada pelos republicanos, visava aumentar os fundos federais para o atual programa de controle de antecedentes para potenciais compradores de armas, o que facilitaria que os históricos das pessoas com doenças mentais pudessem ser acrescentados a bases de dados.

A última proposta, apresentada pelos democratas, pretendia exigir a todos os compradores de armas do país que passassem antes por uma comprovação de seus antecedentes, algo que hoje em dia não acontece em todos os Estados.

As votações de segunda-feira foram a constatação de um padrão que vem sendo habitual após os últimos tiroteios em solo americano, já que, tanto depois do massacre em uma escola de Newtown (Connecticut) em 2012 quanto do de San Bernardino (Califórnia) no ano passado, o Senado votou sobre medidas destas características, rechaçando-as em todos os casos. / EFE e REUTERS

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