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Senado dos EUA rejeita reforma da NSA

Republicanos derrubam proposta do presidente Barack Obama que restringiria coleta de informações pela agência

Por CLÁUDIA TREVISAN , CORRESPONDENTE e WASHINGTON
Atualização:

O Senado dos EUA barrou ontem a reforma do serviço de inteligência proposta pelo presidente Barack Obama para limitar a ação da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), que era uma resposta ao escândalo causado pelas revelações do ex-agente Edward Snowden. Por uma diferença de dois votos, o projeto não alcançou o quórum mínimo para ir a plenário.A decisão é mais uma derrota de Obama e uma indicação das dificuldades de seu governo para limitar a atuação da NSA. Mudanças nesse sentido serão ainda mais difíceis a partir do próximo ano, quando os republicanos passarão a controlar o Senado - a oposição já tem a maioria na Câmara dos Representantes. Os republicanos usaram a emergência do Estado Islâmico para justificar os votos contrários ao projeto. "Esse é o pior momento possível para atarmos as mãos em nossas costas", declarou o líder da oposição no Senado, Mitch McConnell.O texto mantinha o programa de coleta em massa dos chamados metadados telefônicos, mas dificultava o seu acesso por agentes de inteligência e determinava que as informações deixassem de ser armazenadas pelo governo.Entidades de defesa dos direitos civis consideraram a proposta tímida, mas defendiam sua aprovação. O texto também tinha apoio de empresas de tecnologia, como Google, Twitter, Facebook e Microsoft, que podem ser obrigadas a fornecer dados de seus usuários aos serviços de inteligência nos termos da legislação em vigor.A proposta de mudanças também era uma resposta de Obama ao escândalo provocado pela revelação de que a NSA monitorou conversas de líderes de outros países, entre os quais a presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Em protesto contra a espionagem, Dilma cancelou visita de Estado que faria a Washington em outubro de 2013.O Brasil exigiu garantias de que fatos semelhantes não voltassem a ocorrer. Quando anunciou o projeto, em janeiro, Obama disse que os serviços de inteligência americanos não monitorariam mais comunicações de chefes de Estado de países aliados, a menos que estivesse em jogo um claro objetivo de segurança nacional. "Os líderes de países amigos e aliados merecem saber que se eu quiser saber o que eles pensam sobre um assunto, eu vou pegar o telefone e chamá-los, em vez de me valer de vigilância", declarou Obama em discurso no qual apresentou as reformas da NSA.Imigração. Ativistas pró-imigração de Los Angeles programaram protestos para pressionar Obama a anunciar medidas executivas sobre imigração. Entre os atos planejados está uma serenata em frente a um centro de detenção de imigrantes em situação ilegal. No domingo, o presidente afirmou que deve anunciar em breve medidas para regularizar a situação de cerca de 5 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA, impedindo suas deportações e concedendo permissão de trabalho.

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