WASHINGTON - Uma medida que forçaria o presidente Donald Trump a obter autorização do Congresso antes de tomar novas medidas militares contra o Irã agora tem apoio republicano suficiente para passar no Senado, disse nesta terça-feira, 14, um importante senador democrata.
O senador, Tim Kaine, disse que pelo menos quatro republicanos ‘quebrariam as fileiras’ para aprovar um projeto de lei que reduza os poderes de guerra de Trump, ressaltando a crescente insatisfação com a estratégia do presidente em relação ao Irã entre os membros de seu próprio partido.
Os desertores republicanos "estavam desencorajados que a atitude que nos estava sendo comunicada era a de que o Congresso era um aborrecimento", disse Kaine. "Depois disso, eles vieram até mim e pudemos fazer algumas reformas."
A senadora Susan Collins, do Maine, um dos desertores republicanos, disse em comunicado que "o Congresso não pode ficar de fora dessas importantes decisões".
Juntando-se a ela no planejamento de votação com os democratas estavam os senadores Todd Young, de Indiana, Mike Lee, de Utah, e Rand Paul, de Kentucky.
Os legisladores ficaram cada vez mais irritados com as justificativas inconstantes de Trump para o ataque que matou Qassim Suleimani, o general mais importante do Irã, e deixou as duas nações à beira da guerra.
O que mais os irritou foi um briefing secreto da equipe de segurança nacional do presidente realizado na semana passada. Autoridades da Casa Branca que participaram do briefing, incluindo o secretário de Estado Mike Pompeo e o secretário de Defesa Mark Esper, teriam alertado os legisladores para não questionarem o julgamento do presidente sobre o Irã, segundo testemunhas.
Lee e Paul citaram o briefing "humilhante" do governo quando se comprometeram a apoiar Kaine.
Uma torrente de declarações inconstantes de funcionários do governo na semana passada sobre as razões do assassinato de Suleimani também irritou os legisladores republicanos. Na segunda-feira, a narrativa entrou em colapso quando Trump twittou que a discussão sobre se Suleimani estava planejando um ataque iminente aos interesses dos EUA, como o governo alegou inicialmente, era irrelevante.
A resolução, que daria a Trump um prazo de 30 dias para solicitar ao Congresso autorização para ação militar no Irã, ainda precisaria ser aprovada pela Casa. E seria improvável superar o veto de Trump.
Kaine introduziu a medida, que invoca a Lei dos Poderes de Guerra de 1973, como uma resolução conjunta privilegiada, que lhe permite forçar uma votação sobre a medida e conquistar o apoio de uma maioria simples de senadores. Com 45 democratas no Senado e dois independentes que votam rotineiramente com eles, Kaine precisava de apenas quatro republicanos para assinar. /NYT