PUBLICIDADE

Senador discursa por 15 horas contra escolha de Trump para Suprema Corte

A oposição democrata insiste que conta com os votos necessários para um bloqueio tático da votação, uma prática conhecida como 'filibuster'

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O democrata Jeff Merkley fez nesta quarta-feira, 5, um dos discursos mais longos da história do Senado dos Estados Unidos, de mais de 15 horas, para se opor ao candidato nomeado pelo presidente Donald Trump para ocupar a cadeira vaga na Suprema Corte. 

O senador demotraca Jeff Merkley usa tática para bloquear indicação republicana Foto: Senate Television via AP

PUBLICIDADE

Os líderes republicanos da Câmara agendaram para quinta-feira o voto para ratificar a nomeação do juiz Neil Gorsuch.

A maioria dos democratas está comprometida em bloquear a designação de Gorsuch, de linha conservadora, e o ato de resistência de Merkley foi uma poderosa amostra simbólica da oposição.

Republicanos e democratas divergem radicalmente sobre a nomeação de Gorsuch, sem sinais de que isso evitará um difícil confronto.

A oposição democrata insiste que conta com os votos necessários para um bloqueio tático da votação, uma prática conhecida como "filibuster".

São necessários pelo menos 60 votos para superar um "filibuster" e terminar com o debate no Senado, que conta com 100 cadeiras - 52 delas ocupadas por republicanos -, o que significa que 8 democratas deveriam mudar de lado e apoiar Gorsuch. Apenas quatro tomaram esta decisão até agora.

O esperado fracasso da votação-teste prepara o caminho para os líderes republicanos empregarem uma tática conhecida como "opção nuclear", que implica em mudar as regras do Senado a fim de fazer avançar a nomeação - e a de todos os seguintes designados para a Suprema Corte - com uma maioria simples.

Publicidade

A votação de confirmação na sexta-feira será seguida por duas semanas de recesso no Congresso.

Os líderes democratas usaram em 2013 a polêmica "opção nuclear", frustrados pela obstrução de dezenas de candidatos propostos pelo ex-presidente Barack Obama para tribunais menores.

Os democratas, que naquele momento comandavam o Senado, diminuíram o limite de votos para ratificar a nomeação de juízes de 60 para 51.

Mas mantiveram a necessidade de uma maioria de três quintos para ratificar os nomeados à Suprema Corte dos Estados Unidos.

O líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, agora quer diminuir o limite para a ratificação das nomeações ao máximo tribunal.

"Estive aqui a noite toda... para expressar o quão importante é não fazer isto", implorou Merkley em uma Câmara quase vazia.

O senador declarou que a bancada republicana no Senado fracassou até mesmo em realizar as audiências de confirmação no ano passado de Merrick Garland, proposto por Obama para ocupar o cargo, que ficou vazio após a morte do juiz conservador Antonin Scalia em fevereiro de 2016./AFP

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.