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Senador Obama lança sua candidatura à Presidência dos EUA

Se eleito, o democrata seria o primeiro negro a ser presidente americano

Por Agencia Estado
Atualização:

O senador democrata Barack Obama lançou neste sábado sua candidatura à Presidência em 2008 com um cenário cheio de simbolismo e referências históricas à luta de Abraham Lincoln para acabar com a escravidão nos EUA. "Eu estou aqui hoje para anunciar minha candidatura à Presidência dos Estados Unidos da América", disse Obama, de 45 anos, cuja popularidade vem crescendo em seu partido e que, se eleito, seria o primeiro negro a ser presidente americano. Ele lançou sua campanha do lado de fora do antigo Capitólio, onde Lincoln pronunciou um famoso discurso pela abolição em 1858. "Em todos os tempos, uma nova geração se levanta e faz o que precisa ser feito. Hoje nós somos chamados mais uma vez e é a vez da nossa geração responder a esse chamado", afirmou. Num vídeo em seu web site, Obama diz que a campanha rumo à Casa Branca é o início de "uma jornada para recuperar de volta nosso país e mudar fundamentalmente a natureza de nossa política." Obama subiu rapidamente na hierarquia partidária para se posicionar como pré-candidato democrata na disputa com a senadora Hillary Rodham Clinton e com John Edwards, que foi candidato à vice-presidente no último pleito. Entre outros democratas que também sonham com a Casa Branca estão o governador do Novo México, Bill Richardson, o ex-governador de Iowa, Tom Vilsack, e os senadores Chris Dodd e Joseph Biden. Numa viagem a New Hampshire em dezembro, Obama reuniu multidões nos eventos que participou e recebeu elogios na imprensa. Mas o jovem senador por Illinois enfrenta também dúvidas sobre a sua relativa inexperiência, sobre suas opiniões a respeito de várias questões e também sobre até que ponto o eleitorado americano estaria pronto para eleger um presidente negro. Obama rebate as críticas por falta de experiência e reluta em definir a sua candidatura pelo enfoque racial, pautando suas declarações em questões políticas centrais como energia, o sistema de saúde e a guerra no Iraque. "Eu reconheço que existe uma certa presunção, uma certa audácia, neste anúncio. Eu sei que não passei muito tempo aprendendo como Washington funciona. Mas estou lá tempo suficiente para saber quais caminhos Washington precisa mudar", afirmou. "O tempo deste tipo de política (do Iraque) acabou. É hora de virar a página", acrescentou. Questionado no programa da rede CBS 60 Minutes, que vai ao ar neste domingo, se o fato de ser negro pode prejudicar sua candidatura, Obama afirmou: "Não. Se eu não ganhar essa disputa, será por outros fatores. Terá sido porque eu não mostrei ao povo americano uma visão sobre para onde o país precisa ir." Obama se opôs desde o começo à guerra no Iraque e já pediu uma retirada gradual das tropas a partir de maio. Ele se opõe à decisão do presidente George W. Bush de mandar mais soldados. A ascensão política de Obama foi meteórica. Ele fez o principal discurso na Convenção Nacional Democrata em 2004 antes mesmo de ser eleito para o Senado. Escreveu dois livros que são best-sellers e apareceu na capa de várias revistas. Filho de mãe branca do Kansas e pai negro do Quênia, ele foi o primeiro negro a editar a Harvard Law Review e foi deputado no Estado de Illinois por oito anos antes de ir para Washington.

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